RAFAEL MARTINELLI

Zaffa pode ser submetido a pressão de partido para demitir secretário em Gravataí

Bombeiro Batista é vereador e presidente do Republicanos em Gravataí

Não é conhecer o mundo desde o fim, como Caetano, mas um dilema se inscreve para o prefeito Luiz Zaffalon (PSD). O Republicanos deve pedir a demissão do secretário de Esporte e Lazer, Luciano de Oliveira, a partir de uma suposta ‘regra’ definida internamente pelo partido –– terceira maior força a sair das urnas em 2024, com três vereadores e 12.621 votos (14,29%).

Vereador mais votado nas duas últimas eleições e presidente da sigla ligada à Igreja Universal do Reino de Deus, Bombeiro Batista não nega a existência de um acordo para, a cada ano, um dos parlamentares indicar o secretário.

– São questões internas do partido – despista, acrescentando que qualquer indicação precisa “representar e seguir as orientações do partido” e “respeitar a escolha do prefeito”.

O secretário Luciano é indicação do vereador Fábio Ávila.

– Temos um partido de verdade, que discute as coisas – diz, exemplificando que nesta segunda-feira se reuniu com o presidente estadual, o deputado federal Carlos Gomes.

Bombeiro é pré-candidato a deputado estadual e, nas últimas semanas, tem convocado dirigentes partidários e ocupantes de cargos no governo para reuniões, aparentemente preocupado com dissidências que possam acontecer até a campanha eleitoral do ano que vem.

O movimento começou após o vereador do partido, Guarda Moisés, se aproximar de Dimas Costa (PSD), que deve ser o candidato apoiado por Zaffa –– neste sábado, o prefeito ingressou no PSD do governador Eduardo Leite e do deputado estadual e seu ‘embaixador’ em Gravataí.

Inclusive neófitos da política sabem o poder que tem o apoio de um prefeito. É difícil bater contra o chefe maior, ou mesmo colateralmente atrapalhar, mesmo que Zaffa não tenha feito movimentos públicos para ‘enquadrar’ governistas para aderir ao ‘Projeto Dimas’.

Fato é que Bombeiro age para estancar a sangria.

Fontes ouvidas pelo Seguinte: apostam que o pedido de troca do secretário deve ser levado ao prefeito antes do final do ano. A tendência seria de Bombeiro indicar alguém mais entusiasmado com sua candidatura –– que trato como ‘periférica no governo’ por representar ele uma espécie de ‘patinho feio’ na base governista.

O que Zaffa vai fazer é uma incógnita. Reputo, porém, Bombeiro enfrenta uma tarefa difícil. Conforme comportamentos anteriores do prefeito, mudanças no governo não costumam obedecer apenas a lógica política. Se achar que o secretário é competente, não demite. Errado não está. Governo é governo, partido é partido. A descontinuidade na gestão não pode ter como única explicação interesses políticos –– ou pessoais –– de momento.

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