A Câmara de Vereadores de Gravataí deve aprovar nos próximos dias o Projeto de Lei 59/2025, que autoriza a implantação do Instituto de Tecnologia e Computação (ITEC) no município. A proposta — encaminhada em regime de urgência pelo Executivo e que, pelo que o Seguinte: apurou deve ter apoio unânimes dos parlamentares — prevê a construção de um campus universitário de referência internacional, inspirado em instituições como Caltech, Carnegie Mellon e Harvey Mudd College, com investimento estimado em R$ 400 milhões ao longo de dez anos.
O ITEC será uma associação privada, filantrópica e sem fins lucrativos, voltada à formação de excelência em Ciência da Computação e áreas correlatas. O campus ficará em uma área de mais de 200 mil metros quadrados, no Prado Bairro-Cidade, doada por empresários locais. O projeto arquitetônico foi desenvolvido pelo escritório norte-americano Gensler, em parceria com a brasileira OSPA, e já está em andamento.
Formação de excelência e bolsas integrais
A proposta acadêmica foi elaborada por Giselle Reis, especialista em lógica computacional da Carnegie Mellon University no Catar, e contará com um conselho acadêmico internacional, incluindo nomes como Maria Klawe, ex-presidente da Harvey Mudd College e ex-conselheira da Microsoft, e Luis Lamb, ex-secretário estadual de Ciência e Tecnologia.
O modelo educacional será integral e imersivo, com moradia obrigatória no campus. A primeira turma, prevista para 2027, terá 60 estudantes — todos com bolsas integrais. A expectativa é de que o número chegue a 420 alunos até 2036.
De acordo com a prefeitura, cerca de 70% do orçamento do instituto será destinado a bolsas de estudo e à manutenção de alunos em regime de residência. A seleção será holística, considerando tanto desempenho acadêmico quanto potencial criativo e trajetória pessoal.


Expectativa de retorno bilionário
Além de qualificar jovens talentos, o ITEC promete fortalecer o ecossistema de inovação local e gerar impactos expressivos na economia. Estima-se que o instituto crie 6 mil empregos diretos e indiretos e proporcione um retorno de R$ 5 bilhões em dez anos.
– O ITEC consolida Gravataí como polo de inovação e logística, ampliando oportunidades para os jovens. Será um instituto único no Brasil e na América Latina – disse o prefeito Luiz Zaffalon, que conduziu negociações sigilosas por mais de um ano para viabilizar o projeto.
Gravataí como polo tecnológico
Conforme o prefeito, a escolha da cidade foi estratégica. Durante a crise climática de 2024, Gravataí demonstrou resiliência e capacidade de articulação institucional, o que contribuiu para atrair o projeto. Além disso, o município já concentra grandes empresas como GM, Prometeon e Digicon, consolidando-se como polo industrial e tecnológico.
A instalação do ITEC se soma a outras iniciativas locais, como o PradoTech e a Casa das Startups, e será incorporada ao novo Plano Diretor da cidade.
As obras já foram iniciadas e a previsão é de conclusão em 2026.
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