SINDICALISMO

Flávio de Quadros é reeleito com 70% dos votos para o 3º mandato no Stiab: “O voto do chão da fábrica legitimou nosso trabalho”

Flávio de Quadros, em atividade na Prometeon / Foto: ARQUIVO

O sindicalista Flávio de Quadros foi reeleito para o terceiro mandato como presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Artefatos de Borracha de Gravataí (Stiab), uma das maiores entidades de classe do Rio Grande do Sul. A Chapa 1, encabeçada por Flávio e que representa o grupo que historicamente comanda o sindicato, recebeu 948 votos (70,27%), contra 401 votos (29,73%) da Chapa 2. A nova gestão irá de 2026 a 2030.

O Stiab, que completará 41 anos em 2025, representa mais de 1,5 mil associados em Gravataí, Porto Alegre, Cachoeirinha, Viamão, Glorinha, Santo Antônio da Patrulha, Osório e outras cidades do Estado.

“É uma vitória consagradora que reafirma o trabalho que o Stiab vem fazendo. Os associados votaram de forma massiva”, disse Flávio ao Seguinte:.

“O voto do chão da fábrica legitimou nosso trabalho”

Flávio destacou que, mesmo enfrentando oposição nas três eleições, o resultado reforça a confiança da categoria na atual gestão.

“Nas três eleições enfrentamos uma oposição que ataca com mentiras e busca tumultuar o processo eleitoral com ações judiciais. Só na véspera da eleição recebi quatro notificações judiciais. Mas o voto do chão da fábrica legitimou nosso trabalho”, afirmou.

O sindicalista também ressaltou a participação direta dos trabalhadores na composição da diretoria.

“Sempre renovamos nossa diretoria. Temos um processo chamado plebiscito, em que o trabalhador indica quem gostaria de ver na diretoria.”

Conquistas e acordos que movimentaram R$ 100 milhões

Flávio de Quadros relembra as principais conquistas da gestão, muitas delas em negociações e ações inéditas no país. Entre elas, o Plano de Demissão Incentivada (PDI) implementado quando a Pirelli encerrou as atividades em Gravataí, beneficiando mais de 900 trabalhadores.

“Foi um acordo extraordinário. Além das verbas rescisórias, os trabalhadores receberam valores adicionais sem precisar ajuizar ação coletiva — uma média de mais de R$ 70 mil líquidos por funcionário, conforme o tempo de serviço. Muitos depois foram empregados na Prometeon”, destacou.

Outra conquista de destaque foi o acordo para fixação de turnos na Prometeon, que reduziu a jornada semanal para 37,7 horas.

“O trabalhador cumpre 156 horas e recebe 240, com adicionais. Para os novos, conseguimos um abono de mais 10 horas a cada cinco anos. Só nessas duas ações foram mais de R$ 100 milhões no bolso dos trabalhadores — o que também movimenta a economia local”, comemorou.

Negociações além da CLT

Flávio destacou que muitas das vitórias do Stiab foram alcançadas por meio de negociação direta com as empresas, resultando em benefícios que não estão previstos na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

“Tudo isso é habilidade de negociação. São cláusulas que não estão na CLT, negociadas ano a ano. Em nosso acordo coletivo temos mais de 20 cláusulas que a CLT não contempla, com benefícios e vantagens salariais.”

O presidente também ressaltou a importância da assessoria jurídica especializada, comandada pelos advogados Bruno Kahle e Moacir Bitencourt, ex-presidente do Stiab.

“Todas essas conquistas históricas, muitas delas em questões judiciais inéditas no país, têm como parceiro o escritório Kahle & Bittencourt, que conhece a realidade dos trabalhadores como ninguém.”

Para o período de 2026 a 2030, Flávio promete manter o foco em melhorias no ambiente de trabalho, condições de transporte, alimentação e remuneração salarial, além de novas frentes jurídicas.

“Seguiremos lutando por melhorias para o chão da fábrica, no transporte, refeição, e vamos avançar na remuneração salarial. Estamos também com uma ação sobre periculosidade.”

De operário a líder sindical

Aos 53 anos, Flávio de Quadros iniciou sua trajetória profissional na Pirelli, nos anos 2000, como auxiliar de produção, depois atuando como examinador de pneus e funcionário do setor de qualidade. Seu envolvimento com o sindicalismo começou em 2010, na base do movimento.

“Fazia engenharia de produção e meu foco era atuar na gestão da empresa. Mas o sindicalismo me entusiasmou. Aprendi o quanto faz a diferença para milhares de pessoas”, relembra.

Em 2014, participou de sua primeira eleição como secretário-geral, até ser eleito presidente em 2018. Agora, inicia o terceiro ciclo à frente de um dos sindicatos mais estruturados do Estado — símbolo da força e da continuidade da representação dos trabalhadores do setor de borracha no Rio Grande do Sul.

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