O primeiro tempo foi um massacre, ilustrado pelas 14 finalizações contra nenhuma do Santos. Parecia duelo entre a oitava série e o jardim de infância no recreio da escola. O problema do Internacional nem sempre é falta de futebol. Pelo contrário. O impasse central parece ser de ordem psicológica. O futebol colorado precisa de um divã. Pra ontem. Papo sério e reto. Sem charlatanismo.
A mudança de sistema tático para um 4-4-2 losango, típica formação argentina, ajudou na supremacia colorada, tendo Alan Rodríguez, por vezes como falso ponta pela esquerda, como diferencial na engrenagem.
O Internacional empilhava chances: pela direita, pela esquerda, de bola parada. O centroavante Rafael Santos Borré, que custa cerca de “2 milhas/mês”, perdeu três chances claras. Poderia ter pedido música no Fantástico, mas nos remeteu a outro antigo quadro televisivo: o Inacreditável Futebol Clube. Nem tanto pelas chances desperdiçadas, que não foram tão “mamão com açúcar” assim, mas sobretudo pela sua titularidade em detrimento do herói contra o Ceará na quinta passada: Ricardo Mathias.
A família “Diáz”, Leões de Microfone, e o “padrasto” Alessandro Barcellos seguem invocando a ira dos deuses da bola. A saber…
Peguemos um recorte de partidas recentes no Beira-Rio: empate com o Galo, jogando 75 minutos com um jogador a mais; igualdade frente ao Bahia, após ter aberto 2 a 0; e empate contra o Santos, após finalizar 23 vezes contra quatro do adversário. Míseros três pontos conquistados.
O espetáculo protagonizado pelos quase 40 mil colorados foi digno de cinema. Novamente. Pra variar. A torcida colorada talvez seja a mais fiel do país. Amor platônico. Entrega tudo sem receber nada em troca. O aluno do primário apaixonado pela linda professora de matemática. Novamente, a nação comemorou antes — menos mal. Afinal, na gestão atual, no depois é impossível.
Vasco, São Paulo e Bragantino: os últimos três jogos do Colorado em 2025. Poderia ter “matado” o Santos ontem. Não fez e, agora, o time de Neymar enfrentará Sport e Juventude nas últimas rodadas. Teoricamente, fará seis pontos, né? Encerra contra o Cruzeiro, que talvez já esteja na zona de conforto.
Desta feita, cremos que o principal rival do Inter contra a degola seja o Vitória. Com ou sem rima. Menos mal que, em tese, os adversários dos baianos são mais “casca grossa”. O rubro-negro terá pela frente a sensação da temporada, Mirassol, além de Bragantino e São Paulo. Partiu secar, né? O pior é que o time de Jair Ventura é o que melhor tem desempenhado, entre aqueles que lutam contra o Z-4, nas últimas rodadas. Desgraça pouca é bobagem!
Que os deuses da bola tenham piedade da nação alvirrubra. Chamem a benzedeira. Invoquem o pai de santo. Supliquem aos padres e pastores. Sem deboche. Invistam no mental, na motivação, mexam com o emocional. Troquem o treinador, se for o caso. Implodam o vestiário enquanto há tempo.
O Sport Club Internacional é uma bomba-relógio. Tomara que fique apenas no “ameaço”.
Tic, tac, tic, tac…






