Thiago De Leon assumiu a presidência do PDT de Gravataí. O vereador, eleito para o primeiro mandato com 1.683 votos, substitui Anabel Lorenzi, candidata a prefeita em 2020.
– O partido vai buscar os jovens e será muito participativo nos grandes debates da cidade – disse ao Seguinte: o vereador conhecido por doar metade do salário para escolas estaduais, reforçando a característica de oposição propositiva ao governo Luiz Zaffalon (MDB).
A declaração é uma senha, apesar do professor universitário ainda não confirmar a abertura de processo na comissão de ética para expulsar os vereadores Bino Lunardi e Dilamar Soares, que não conseguiram ganhar na justiça, alegando perseguição política, o direito de se desfiliarem sem o risco de perder os mandatos.
Fato é que o PDT de De Leon vai fechar questão em votações importantes cobrando fidelidade da bancada, o que precede um conflito principalmente com Dilamar, que chamo de ‘líder do prefeito na Câmara’, tão qualificada defesa que faz do amigo Zaffa e seus projetos para Gravataí.
Os votos de Bino e Dila a favor da reforma da previdência ainda repercutem negativamente entre os que sobraram no PDT, como o histórico José Amaro Hilgert. A indicação de cargos na Prefeitura também.
Do outro lado, Dila não esquece que De Leon testemunhou contra ele no processo no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), além de ter sido ameaçado de expulsão e excluído da montagem da comissão provisória que tinha Anabel como presidente e De Leon como um dos fiadores.
Falando em fiador, não será só fiança política que De Leon terá que enfrentar. O PDT tem dívidas que chegam a R$ 400 mil e precisam ser pagas para não atrapalhar eleições futuras, para as quais o partido também precisa remontar nominata, já que há baixas na sigla, como a primeira suplente, Daiane Luz, hoje no União Brasil.
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Ao fim, se não houver ‘pautas-bomba’ do governo Zaffalon que permitam ao PDT de De Leon testar a fidelidade de Dila e Bino na oposição, podemos ter um experimento da relação entre direção e vereadores em relação aos apoios a diferentes lados da ferradura ideológica na eleição de 2022, na qual o novo presidente ainda não decidiu se concorre ou não a deputado.
Inegável é, para quem acompanha a política da aldeia, que até De Leon sabe que é um presidente que Dilamar odeia.
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