Transporte

CANOAS | O que os rodoviários pedem de aumento no dissídio – e a Sogal já diz que não tem para pagar

Reivindicação dos rodoviários é justa, mas empresa diz que não tem recursos e poder público banca sistema, mas com limites: equação difícil de resolver. Foto: Arquivo

Em reunião da Junta Governativa, representantes da categoria levaram à mesa a pauta de reivindicações que incluem reposição e aumento por nova função

Não precisa ser muito entendido em gestão para saber que a negociação salarial dos rodoviários, este ano, vai demorar. Com a empresa – a Sogal – a beira de um precipício de dívidas e vivendo do que consegue colher de subsídio público, o discurso do 'não temos o que fazer' já se ouve sem rodeios pelo pátio na Armando Fajardo. 

O problema é que os rodoviários de Canoas estão há mais de dois anos sem reposição em seus salários. E qualquer dona de casa sabe o que significa o peso da inflação apertando o soldo todo final de mês; sem falar que ao longo de 2020 e 2021, motoristas e cobradores ficaram meses recebendo pingado, com atraso e sem perspectiva.

 

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O pedido da categoria, entregue pelo Sindicato dos Rodoviários na semana passada em reunião da Junta Governativa, é 14% de reposição nos salários – o que dá a inflação dos últimos dois anos, de janeiro a janeiro – e 22% de aumento para a nova categoria dos 'motcob', ou seja, dos motoristas que agregaram a tarefa dos cobradores com a extinção dessa função. A Sogal saltou da cadeira e disse, com todas as letras, que não tem como pagar.

Sobrou para o pepino para o governo.

A Prefeitura já vem bancando gratuidades como forma de subsidiar o transporte público. Os valores, que chegam à casa dos R$ 8 milhões, só são suficientes para 'manter o sistema em pé'. Trocando em miúdos, mesmo com a injeção de grana, não há melhorias. E, provavelmente, não haja margem para repor perdas ao salário dos rodoviários.

Então, quando o transporte vai melhorar? Na minha opinião, só com a nova licitação, no final do ano que vem. É ela que vai determinar um novo modelo que se torne viável, com financiamento definido não apenas pelo valor da tarifa, mas incorporando subsídios e outras fontes de renda. Sim, subsídio – quem torce o nariz, melhor se acostumar; não haverá transporte público eficiente se não houver aporte de recursos do governo no sistema. 

O que se faz, então, quando a reivindicação é justa mas não há como atender? É a resposta que se espera para essa interminável novela chamada Sogal.

Em breve, um novo capítulo.

 

 

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