Gravataí projeta estar entre as oito cidades – das com mais de 100 mil habitantes – com melhor desempenho no Ideb já em 2023. A projeção do governo Luiz Zaffalon (MDB) foi feita há pouco pelo secretário substituto de Educação Guilester Neves, durante apresentação do tema Educação Conectada com o Futuro, na primeira reunião do ano do Codes, o conselho de desenvolvimento econômico e social, no Teatro do Sesc.
Hoje o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica gravataiense é de 5.7. Sobral, no Ceará, que é a melhor colocada entre as cidades com mais de 100 mil habitantes, e tem população semelhante aos 271 mil de Gravataí, tem nota 6.9.
A ousada meta de Zaffa leva em conta que o Ideb já tem o melhor resultado da história de Gravataí e cresceu 1,6 ponto em comparação aos dados apresentados em 2012, o que já era comemorado pelo ex-prefeito Marco Alba (MDB) em seus governos.
Os R$ 26,5 milhões em investimentos em tecnologia e inovação foram listados pelo secretário aos 45 representantes da sociedade reunidos no Codes. Todas as 682 salas de aula das 76 escolas municipais estão recebendo lousas digitais. A Prefeitura também entregou 2000 notes a professores da rede municipal.
No total, do bilhão de orçamento anual de Gravataí, R$ 250 milhões são investidos em educação.
– Estamos na média, mas, na condição de quarta maior economia do Estado, não posso me contentar com este resultado. A média não é para nós, eu quero estar no topo. Estrutura e dinheiro tem, temos de mudar o método – avaliou o prefeito, reforçando o que disse ao Seguinte: no balanço de seu primeiro ano, em Um ano de governo, 1h com Zaffa: balanço e perspectivas; Covid, Rio, investimentos, Zaffari, pauta-bomba da Sogil e outras polêmicas, quando revelou a intenção de fazer o “governo da educação” e incentivar a formação em tecnologia e inovação.
– Temos um apagão de mão de obra na tecnologia. São milhares de empregos abertos e não tem quem preencha. Precisamos preparar gente para isso. O PradoTech está chegando e daqui a pouco explode e vão buscar pessoas onde para trabalhar? Então, na educação básica do município precisamos trabalhar essas questões.
Já há cursos disponíveis no site da Prefeitura.
Zaffa também pediu apoio da Câmara de Gravataí para promover mudanças no critério de escolha dos diretores de escola, a “meritocracia”.
Ao fim, uma mudança polêmica, que pode ter resistências, mas de provável aprovação pelos vereadores. A bancada mais articulada – e barulhenta – da oposição é do PSD, partido do prefeito de Canoas Jairo Jorge, que acabou com a eleição direta para diretores de escolas.
Lá agora há pelo menos quatro critérios: prova escrita classificatória; avaliação de competências; habilidades e entrevista individual e avaliação de títulos.
Se Zaffa for além, e usar o exemplo de Nova Iorque, a ‘meritocracia’ premia escolas e diretores que conseguem atingir as metas estipuladas, como redução dos índices de evasão e repetência, o que melhora o ideb.
Reputo um bom debate, que precisa sempre respeitar as realidades de cada comunidade. Um ‘CEO’ de escola na periferia tem desafios diferentes do que outro no Centro da cidade.
