Ômicron e a nova onda

CANOAS | Procura por testes de Covid aumenta quase 6 vezes; JJ e o pedido à União: a lição da Bahia alagada para a pandemia daqui

Prefeitos querem, entre outros pedidos, reforço da testagem para bloquear o quanto for possível o alto contágio que se verifica com a Ômicron, a variante que domina os casos de Covid-19 no país. Foto: Divulgação

Prefeitos querem ajuda da União para aumento das despesas com a saúde básica diante de uma nova onda de Covid pós-final de ano – mas se nem a Bahia alagada sensibilizou o governo…

Quem não está preocupado com o aumento de casos de Covid-19, deveria. Por todo o Brasil, explodiram os casos. De acordo com fontes consultadas pelo UOL, a variante Ômicron já é responsável por 58,33% dos casos registrados no país. Só no dia 6 de janeiro, foram incluídos no sistema do Ministério da Saúde 45.717 pacientes positivados por coronavírus – catapultando a média móvel 477% em relação a duas semanas, também de acordo com os números divulgados pelo UOL/Consórcio de Imprensa. Mesmo que parte desses registros estivessem represados pelos problemas no sitema de informações da União ou em razão dos feriados de final de ano, o volume de casos é simplesmente assustador.

Em Canoas, a procura por testes nas centrais de testagem da cidade subiu quase seis vezes nos últimos dias. Segundo a prefeitura, eram feitos cerca de 170 testes por dia, em média, no final de dezembro: agora, são mil.

 

LEIA TAMBÉM

CANOAS | Aumento de casos suspeitos de Covid leva Prefeitura a retomar plantão em UBS

CANOAS | A Covid ameaça de novo: casos sobem 5 vezes e Estado emite aviso; o 'dá nada' de fim de ano, enfim, deu

 

É bem verdade que os novos casos de Covid-19 relacionados à variante Ômicron tem se revelado mais leves do que os da Delta, responsável pelo quase colapso da saúde em março do ano passado. Tanto é verdade que o número de internações hospitalares em razão da doença, agora, segue estável – e com viés de queda, em Canoas. Mérito da vacinação, que avançou bastante e deve chegar, na segunda quinzena de janeiro, às crianças de 5 a 11 anos. O problema é que o volume gigantesco de pessoas com os mesmos sintomas gripais está pressionando outro lado do sistema de saúde: a atenção básica.

De olho na alta procura, prefeitos ligados ao Consórcio Conectar – entre eles Jairo Jorge, que é do conselho fiscal da entidade – se organizam para pedir ao Ministério da Saúde mais apoio na estruturação do atendimento ambulatorial, mais testes rápidos e remédios antigripais – estes, usados especialmente no tratamento dos casos da gripe A H3N2. “Em 2020, tivemos recursos importantes do Ministério da Saúde, mas, no ano passado, as cidades se viraram com recursos próprios. Precisamos de apoio, se não, teremos um desequilíbrio”, disse JJ, em nota publicada no site da prefeitura.

Mais recursos permitiria um melhor aparato de atendimento em UPAs e postos de saúde, separando casos suspeitos de Covid dos não-Covid – algo essencial para estancar a incidência entre pessoas que por razões de saúde,, precisam estar no mesmo lugar naquele momento. Testagem, nem se fala: graças a ela, os positivados em Canoas tem o diagnóstico mais rápido da região e podem se isolar imediatamente, freiando o ciclo vicioso do contágio antes que de um imenso descontrole. A pauta dos prefeitos com a União é pertinente, necessária e urgente.

Agora, levar é outra coisa.

A julgar pela conduta do governo federal no caso das enchentes na Bahia, confesso, espero pouco. De férias, o presidente sequer visitou o local onde mais de 600 mil pessoas tiveram que deixar suas casas. E nomeou para chefiar a equipe de apoio aos atingidos um ministro que, segunda-feira, 5, pediu 30 dias de férias. Isso para não falar no notório negacionismo que vem tratando a pandemia como marola à despeito do que diz a ciência e, a bem da verdade, as dicussões técnicas correntes no próprio Ministério da Saúde.

A lição que emerge da Bahia, para o caso da pandemia em todo o país, é que o governo é apenas reativo à qualquer pressão; por isso a iniciativa dos prefeitos tem a maior importância. Especialmente se dialogarem com os líderes do Centrão no Congresso, grupo que objetivamente comanda e oblitera a pauta política nacional no ano da sucessão. Se não forem à Brasília, de Brasília não virá nada; desculpe se em dois anos de pandemia perdi a fé na boa vontade palaciana.

 

 

 

Participe de nossos canais e assine nossa NewsLetter

Facebook
WhatsApp
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Conteúdo relacionado

Receba nossa News

Publicidade