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Pauta-bomba da Sogil: Zaffa reduz tarifa de ônibus municipal a 3,75; ’Portas seguem abertas a alternativas’

Prefeito fez o anúncio da redução da tarifa nesta quarta-feira na Prefeitura

Tiremos as crianças birrentas da sala. A redução das tarifas nas linhas municipais de Gravataí de R$ 4,80 para R$ 3,75, anunciada nesta quarta-feira pelo prefeito Luiz Zaffalon (MDB), não acontece apenas pela impalpável ‘vontade política’.

Gravataí pode.

Fez – como usou de mantra o ex-prefeito Marco Alba (MDB) em seus dois governos distintos em popularidade – a ‘lição de casa’, e tem equilíbrio financeiro, seja em dinheiro no caixa ou em capacidade de financiar mais de R$ 1 bi.

Dos R$ 50 milhões recém captados, o que tratei em Gravataí com 50 milhões no bolso: Zaffa prepara ’pacotão’ de investimentos com aprovação de financiamento e municipalização da 030, R$ 35 milhões vão para obras e corredores em vias pelas quais passam os ônibus, melhorando o trânsito e reduzindo o tempo das viagens.

Para além, o secretário da Fazenda Davi Severgnini ‘descobriu’, mesmo que com uma vitória judicial em caráter liminar, garantiu no Orçamento de 2022 até R$ 12 milhões dos royalties do petróleo para o novo programa para o transporte público, como reportei em Zaffa garante ’dinheiro novo’ para Gravataí ter tarifa mais barata da região metropolitana; Conta de 2021 com a Sogil está zerada.

Se no Grande Tribunal das Redes Sociais, e para parte da oposição, o ‘SUS do transporte público’, batizado pela Prefeitura de ‘Pró Coletivo’, ou ‘Pro Coletivo’, como prefere Zaffa, recebe críticas por “dar dinheiro” para Sogil, e só atingir os ônibus branquinhos, é uma alternativa pioneira e um sinal de Gravataí para o Governo do Estado.

Como tratei ontem em ’Pauta-bomba da Sogil’: Leite, assim como Zaffa, vai subsidiar transporte coletivo; Diferente de Gravataí, sem congelamento ou redução de tarifas, se o governador Eduardo Leite (PSDB) vai ‘dar’ R$ 90 milhões para as empresas de ônibus da região metropolitana e grandes conglomerados urbanos do RS, sem contrapartidas nas tarifas, e com dinheiro usado emergencialmente apenas para pagar o 13º dos trabalhadores, Gravataí no primeiro subsídio de R$ 5 milhões em março manteve congeladas as passagens por mais um ano e, com o novo aporte, que pode chegar a R$ 3,6 milhões, reduz a tarifa à mais baixa da região metropolitana.

O anúncio de hoje teve a surpresa de o valor ser ainda mais baixo que os R$ 3,80 inicialmente projetados. Além da tarifa a 1,75 nas linhas municipais, a linha operária caiu para R$ 1,75.

Li internautas reclamando que pouco muda porque ninguém usa as linhas municipais – uma meia verdade, que sempre tem uma metade mais próxima da mentira, já que são mais de 200 mil usuários – e o que pesa no bolso do trabalhador é usar as intermunicipais. Mas aí não é prerrogativa do prefeito, nem que assim quisesse.

Fato é que Gravataí, por meio da Lei Municipal 4.411, aprovada pela maioria dos vereadores, e os votos estão em ’Pauta-bomba da Sogil’: Câmara aprova projeto que fará Gravataí ter tarifa mais baixa da região metropolitana; O gari, o juiz, o estudante e o grito da oposição, Zaffa apresenta um projeto pioneiro que, se der certo, pode pressionar o governo estadual a, mesmo quebrado, apresentar medidas semelhantes.

A ideia de Zaffa, e seu especialista, o secretário de Mobilidade Adão de Castro, é substituir “ciclo vicioso” por “ciclo virtuoso”. Reduzir as tarifas, o tempo das viagens e a qualidade dos ônibus, para competir com carros particulares e aplicativos e aumentar o número de passageiros. Isso diminuiria o IPK, índice de passageiros por quilômetro, baixando o custo e, consequentemente, sustentando o sistema. O que hoje é inviável apenas com o que é arrecadado pelos pagantes.

Para efeitos de comparação, o IPK hoje, nesta tempestade perfeita de pandemia, crise econômica, uberização e diesel 65% mais caro, é de R$ 6,67. Seria este o custo da passagem que Zaffa anunciou a R$ 3,75. Como não existe almoço de graça, a redução só é possível porque a Prefeitura vai bancar as gratuidades, que chegam a 40% dos passageiros.

– O desafio segue válido: se alguém tiver outra alternativa as portas estão abertas – disse Zaffa, no anúncio que você assiste clicando aqui, e repetindo o apelo que fez no Seguinte: em R$ 3,80 em janeiro: Zaffa anuncia tarifa mais baixa da região metropolitana; ’Desafio apresentarem solução sem subsídio’ à Sogil.

Talvez incomodado com as narrativas de que está, mais uma vez, “dando dinheiro” para a Sogil, Zaffa mudou o tom da voz ao informar que a concessionária também terá que se adequar ao novo sistema, cujos custos serão medidos diariamente por software da Prefeitura.

– Como todo negócio, tem risco. A Sogil terá que achar um jeito de, por exemplo, transportar poucos passageiros em localidades como Vira Machado, e que tem esse direito constitucional, com ônibus menores, ou até carros, para diminuir os custos – disse.

O prefeito também reforçou que o subsídio “vai diretamente para o bolso das pessoas”.

– Além do passageiro que economiza R$ 2,10 por dia em viagem de ida e volta, o empregador desonera a folha de pagamento – comparou, já que 7 a cada 10 reais das tarifas são referentes a vale-transporte.

Além de garantir acesso do Conselho Municipal dos Transporte aos dados, Zaffa também prometeu criar um grupo com representação comunitária, e dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, além do Ministério Público, para garantir transparência “sobre cada real liberado em subsídio”.

– Dos R$ 70 bi de orçamento de São Paulo, 6,5% são direcionados a subsídios para o transporte público. É preciso olhar para o mundo. Gravataí se apresenta hoje como um case nacional – disse.

Ao fim, como tenho argumentado em uma série de artigos, e talvez tenha sido a ‘pauta-bomba’ que mais analisei em 2021, é a realidade que se impõe, o inevitável futebol clube.

Quem paga a passagem é o pobre, é a periferia, que não tem como escolher entre ônibus e uber. Resta aí a obrigação do governante garantir esse direito constitucional, mesmo que lhe renda impopularidade e renda cliques para adversários políticos.

É preciso tirar as crianças da sala para debater sério sobre esse problema atualíssimo. Mesmo apanhando no Grande Tribunal das Redes Sociais, assim como Zaffa sigo esperando alternativas dos adultos; factíveis, caso existam, óbvio.

Resta-nos hoje apostar no Pro Coletivo.

 

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