Logo você lerá, ouvirá ou assistirá essa no noticiário estadual: Sérgio Zambiasi, afastado desde 2011 pode voltar às urnas em 2022. Reputo pode mexer no cenário eleitoral de Gravataí em 2022 e 2024.
O popular radialista – pela 31ª vez consecutiva o Top Of Mind na categoria ‘Comunicador de Rádio’ no prêmio da revista Amanhã, que reconhece e divulga as marcas e personalidades mais lembradas pelos gaúchos, deputado estadual por 16 anos (em 1986 com a maior votação em toda a história do parlamento gaúcho, 365.381 votos) e senador por 8 – é assediado para ser o puxador de votos do União pelo Brasil (UB) para Assembleia Legislativa.
É o ‘partidão’ que surge da fusão do DEM com o PSL e será um dos mais ricos do país em fundo partidário, além de tempo de TV no horário eleitoral.
Zamba, como chamam os íntimos, já recebeu, no condomínio fechado onde mora, no Morro Santa Tereza, o futuro presidente estadual do UB, Luiz Carlos Busato, ex-colega de PTB, para degustar alguns Angélica Zapata.
Não apurei ainda se serviu ao ex-prefeito de Canoas e secretário estadual de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano de Eduardo Leite (PSDB) a tradicional polenta com linguiça desfiada, que o próprio radialista de 72 anos prepara para lembrar o que os colonos comiam antes de ir para a roça.
No cardápio político também esteve uma composição para o Palácio Piratini. Na ‘chapa dos sonhos’ de Leite, ele seria candidato ao Senado, o presidente da Assembleia Legislativa Gabriel Souza (MDB) concorreria a governador com Busato de vice.
Os motivos de Leite preferir Gabriel o jornalista Fábio Schaffner traz neste sábado em GZH no artigo Após derrota na prévia do PSDB, Leite costura sucessão pressionado por partido e aliados.
“… Leite, porém, avalia que Gabriel poderia ser o candidato ideal para representar o governo numa eleição que se apresenta polarizada já na largada, ao reproduzir no Estado a dicotomia entre esquerda e direita, representada nacionalmente pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) e pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Nesse horizonte, com Edegar Pretto (PT) e Beto Albuquerque (PSB) transitando pela esquerda e Onyx Lorenzoni (DEM) e Luis Carlos Heinze (PP) pela direita, o tucano pondera que um candidato de centro, com perfil jovem e reformista, teria grandes chances de vencer…”.
A influência do novo partido em Gravataí acontece na oposição.
O ‘fato Zambiasi’ já pode mexer na eleição para a Assembleia, onde a filiação de um puxador de votos, como tende a ser o radialista, arrastaria com ele eleitos com votações menores que as de candidatos de outros partidos.
Com essa proposta, Cláudio Ávila, apesar de líder da bancada do PSD o principal articulador de bastidores do União pelo Brasil em Gravataí e aquele que vai indicar presidente municipal seu chefe de gabinete Humberto Reis, ainda tenta convencer Dimas Costa a concorrer a deputado estadual pelo partido, o que já tratei em artigos como O reflexo de Busato, do novo partidão do Brasil, na casa de Cláudio Ávila em Gravataí; Dimas, Odair do Acorda e o Retrato de Dorian Gray.
O ex-vereador e segundo colocado na eleição para a Prefeitura em 2020 com 35 mil votos, e que fez 20 mil ao disputar vaga à AL em 2018, já disse não, por ter um compromisso com o secretário de Esportes de Leite, o deputado federal Danrlei de Deus (PSD), a quem assessora; isso além de diferenças ideológicas.
Na sessão da Câmara de Gravataí de terça Ávila também colocou Busato ao celular com Dilamar Soares (PDT), irmão de relação ‘Caim-Abel’ com Dimas. No poker face que joga com Dila, e já trarei em artigos como ’Temos a sétima assinatura para abrir CPI’, diz Ávila; O poker face e os vereadores alvos da oposição e CPI da Sogil é matar ou morrer em Gravataí; O risco da Câmara como vilã, Ávila, apesar de apoiar a candidatura de Dimas à AL, teria oferecido ao vereador a candidatura a deputado estadual e até a prefeito em 2024.
Além da dificuldade em conseguir na justiça eleitoral o mandato do PDT , onde sofre processo de expulsão junto a Bino Lunardi por votos a favor do governo como na Reforma da Previdência, o que tratei em artigos como Vereadores Dila e Bino pedem mandatos na justiça por perseguição política do PDT de Gravataí; Anabel pressiona por expulsão, o que seria necessário para concorrer pelo UB em 2022, e estar mais próximo do Podemos de Sérgio Moro, a proximidade de Dila com o prefeito Luiz Zaffalon (MDB) torna improvável esse estreitamento de inimizades.
Mas, nos pesos e contrapesos da política, um instrumento de pressão de Ávila inclusive para não ficar refém de Dimas, que brinco ser o ‘Kim Jong-un do PSD’ de Gravataí.
Fato é que, caso eleito deputado em 22 Dimas seria o candidato natural a prefeito pela oposição. Com o UB nas mãos, Ávila tem um partido para chamar de seu, além, entre idas e vindas, e vice-versa, de cultivar relações com o ex-prefeito Daniel Bordignon (PT), de quem foi vice na eleição vencdida em 2016, mas anulada pela justiça eleitoral, o que já tratei em artigos como Bordignon fala: PT, Lula, Dimas, Ávila e a ’incompatível história’ com Marco Alba e Bolsonaro e Ouroborus Gravataí: Cláudio Ávila, Bordignon e o que Lula tem a ver com isso.
No espectro da oposição para 24 ainda está o PDT, partido da presidente Anabel Lorenzi, terceira colocada na eleição para a Prefeitura, e do vereador Thiago De Leon. E, ainda, o PL, para onde vai Evandro Soares (DEM) com Onyx Lorenzoni e Jair Bolsonaro, e a incógnita Fernando Deadpool, o que tratei ontem em Fernando Deadpool de volta à base do governo Zaffa?; Vereador lembra o ’Norte Via Sul’ da Sogil.
É ‘MarxDonalds’ total, mas política municipal é assim.
Para reforçar o UB – além de pessoas ligadas a Ávila, como conselheiros tutelares Liege do Santa Rita e Paulão Aguiar, e a mais nova aproximação, o digital influencer Odair Goulart, do Acorda e do Alô Gravataí, e indicações do vereador Bombeiro Batista (PSD) – estão a caminho o vereador Clebes Mendes (MDB), que, em processo de expulsão, vai tentar garantir o mandato na justiça eleitoral alegando perseguição política; os ex-vereadores Paulinho da Farmácia, mais votado na legislatura anterior e desde sempre um assessor informal de Zambiasi, e Jô da Farmácia, e gente da política próxima ao ex-deputado federal Jones Martins – que, hoje diretor da Sulgás e com relações nacionais, não sai do MDB.
Ao fim, dos Grandes Lances dos Piores Momentos que só a política nos proporciona, se vingar a aliança ao Palácio Piratini entre o PSDB de Leite; o MDB de Gabriel Souza, Zaffa, do ex-prefeito Marco Alba e da deputada estadual Patrícia; do PSD de Danrlei e Dimas, além do União pelo Brasil de Busato e, mesmo nos bastidores, Ávila, podemos ter governo e oposição no mesmo ‘palanque’ em 2022.
Só no panfleto, claro.
Na foto, jamais.
2024 é logo ali.