É mais um dos Grandes Lances dos Piores Momentos da pandemia.
Ontem o Comitê Científico de Apoio ao Enfrentamento à Pandemia da Covid-19 do Estado emitiu nota técnica alertando para o avanço da variante delta e recomendando que sejam reforçadas ações sanitárias nas fronteiras, assim como sejam fortemente estimuladas medidas como fiscalização de ambientes públicos e o uso de máscaras.
Hoje, o governador Eduardo Leite assinou decreto reduzindo o distanciamento mínimo entre as classes dos alunos, o que faz a ocupação das salas de aula retornar aos patamares de antes da pandemia, de 1,5 metro para um metro.
Gravataí e Cachoeirinha ainda não definiram se vão flexibilizar ainda mais a presença em sala de aula.
– Estamos deliberando em conjunto com toda Região 10, para termos um posicionamento uniforme e baseado não apenas na realidade epidemiológica de cada município individualmente – explica o secretário adjunto da Saúde, Reisson dos Reis.
Às 11h15 desta quarta-feira representantes de Gravataí, Cachoeirinha, Glorinha, Viamão, Alvorada e Porto Alegre debatem o tema.
Conforme a nota técnica, por ser uma cepa mais contagiosa, assemelhada ao efeito de disseminação da catapora, doença a qual as famílias sabem que se há um aluno na sala contaminado, quase toda classe pega também, o alerta também se dirige diretamente aos educadores. O texto destaca que “as crianças são mais suscetíveis ao vírus e precisam ser mantidas em salas de aula arejadas, em classes distanciadas” e “as crianças não podem deixar de usar máscaras”.
A nota lembra que as pessoas não vacinadas “correm um risco 10 vezes maior de adoecer ou morrer por conta do vírus, além do alerta da Organização Mundial da Saúde (OMS) para o risco de saturação dos sistemas de saúde em decorrência da variante, que se dissemina mais rapidamente”.
Só que o governador parece ouvir mais o Sindicato do Ensino Privado (Sinepe) – que defendia a medida para que todos os estudantes possam assistir às aulas presenciais todos os dias sem a necessidade de rodízios, que atinge 70% das escolas particulares – do que seus especialistas.
À GZH, o presidente do Sinepe disse que não acredita que a redução de espaçamento prejudique a segurança das comunidades escolares.
– Os demais protocolos se mantêm. E professores e funcionários já estão tomando a segunda dose. Estamos supertranquilos – diz Bruno Eizerik, cujo sindicato defende também que, a partir de 2022, seja retomada a a obrigatoriedade do ensino presencial. Atualmente, os alunos e familiares podem optar pelo ensino remoto, híbrido ou presencial.
Ao fim, como já tratei em artigos como Gravataí monitora variante delta após surto em hospital e casos na região e Gravataí e Cachoeirinha: Com delta na vizinhança, região recebe aviso de risco, mas aumenta lotação de ônibus e escolas; Os Grandes Lances dos Piores Momentos, reputo o ‘3As’, novo sistema de monitoramento do novo coronavírus no Rio Grande do Sul, resta igual ao ‘colorir mapinha’ do distanciamento controlado, cuja bandeira vermelha terminou em 50 tons de rosa.
Não é ilógico mexer nos protocolos que proteger justamente os principais alvos da variante delta?
Aguardo convencimento.
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