Encontro na Justiça às 14h30 trará primeiro relatório de trabalho da Junta Governativa, que sofre questionamento judicial por parte da empresa
A novela da crise na Sogal tem um novo capítulo na tarde desta quinta-feira, 6. A partir das 14h30, a Justiça do Trabalho recebe empresa, Prefeitura e Sindicato dos Trabalhadores para uma nova audiência no processo que discute atrasos no pagamento de salários e benefícios, quitação de acordos trabalhistas e passivos tributários. A Junta Governativa, instaurada em meados de março para acompanhar a gestão da concessionária no local e no dia a dia, fará a apresentação do primeiro relatório em cerca de um mês e meio de trabalho.
Não será uma audiência muito tranquila, no entanto.
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O blog teve acesso a uma petição em que a Sogal questiona as ações da Junta. Na visão da empresa, o grupo não estaria focado na busca de 'soluções emergenciais' para a situação financeira do sistema de transporte, nem teria se debruçado, ainda, sobre os valores da tarifa cobrada por ele. A empresa defende que os valores estão defasados em relação ao seu custo operacional – especialmente com a queda brusca de passageiros em razão da pandemia.
Na petição entregue à Justiça, não há um valor específico, mas o blog apurou que a conta da Sogal chegaria a uma passagem entre R$ 6,90 e R$ 7,30 – o que representaria um aumento de 50% a 60% em relação ao cobrado hoje, que é de R$ 4,60.
Estategicamente, a Sogal sabe que dificilmente leva vantagem em uma negociação com base em reajuste de tarifa. O serviço precário que vem prestando não permite. Além disso, o governo não autorizaria um aumento tão grande sob o risco de impactar a economia do município. No entanto, a Sogal fala em custos e tarifa para por um grande 'bode na sala': o que lhe interessa discutir, em algum momento, é a criação de um subsídio permanente ao transporte coletivo que permita uma tarifa competitiva e a cobertura dos custos do sistema.
O governo, no entanto, demonstra não pensar do mesmo jeito. Com a sugestão da Junta, Jairo Jorge acredita ter as informações suficientes para propor uma saída que não onere os cofres públicos – nem que seja a licitação do transporte, marcada para quando encerrar o atual contrato com a Sogal, em 2023.
Hipóteses como uma rescisão antecipada ou mesmo uma intervenção não pode ser descartadas.
A audiência desta quinta não tem como ser muito tranquila.