Investida do Governo gaúcho para retomada das aulas pauta e provoca efeitos em Canoas; professores reivindicam vacinação antes
A retomada da discussão sobre a volta às aulas presenciais na rede pública ganhou novo fôlego esta semana com o pedido da Procuradoria Geral do Estado ao Supremo Tribunal Federal defendendo o retorno. O documento, assinado pelo procurador -geral de Justiça, Fabiano Dallazen, leva em conta as medidas sanitárias para o combate à Covid-19 estão sendo adotadas nas escolas e um entendimento que já está se tornando um consenso inclusive entre educadores de que o convívio na escola é essencial aos alunos para o bom andamento do processo educacional.
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Se o STF acolher o pedido do procurador, o ensino presencial em todo o Rio Grande do Sul pode ser retomado imediatamente.
Longe do grandes tapetes dos tribunais, as escolas em Canoas já se preparam para a retomada enquanto professores se mobilizam para que ela aconteça mediante vacinação. O presidente do Sindicato dos Professores de Canoas, o Sinprocan, Júlio César Santos, publicou nota nas redes sociais da entidade reforçando a posição tirada em assembleia da categoria que só admite o retorno às aulas com todos os trabalhadores em educação imunizados. "Ninguém está se negando a trabalhar, porém o risco é muito alto. Não é possível garantir a segurança dos profissionais sem a vacina", diz a nota.
Mas afinal, as aulas voltam em maio ou não? O que há de verdade nisso? O ensino só volta se tiver vacina?
Hoje, as aulas presenciais não tem data certa para serem retomadas. Qualquer medida nesse sentido depende da decisão do Supremo, em Brasília – que mantém o ensino online ou permite o presencial/híbrido.
A vacina para os profissionais é outra coisa – mas pode acontecer ainda em maio, sim. Ou junho. O Plano Estadual de Vacinação, que é feito com base no Plano Nacional de Imunização, prevê que após a vacinação de todos os idosos acima dos 60 anos, será a vez de grupos sociais serem chamados. O primeiro deles é o de pessoas com comorbidades que, segundo a Secretaria Estadual da Saúde, perfazem um público de 1,1 milhão de pessoas no Rio Grande do Sul.
Os professores seriam os próximos da lista. E isso ainda pode ser adiantado, dependendo das conversas que a cúpula da Saúde no Estado vem mantendo com o Governo Federal.
A compra de vacinas com recursos locais, como pretende o prefeito Jairo Jorge, também pode incidir na evolução da vacinação dos profissionais de educação – mas isso ainda não está completamente resolvido. A Granpal e a Frente Nacional dos Prefeitos, que tratam das negociações em nome dos municípios, estima que a compra possa ser feita entre a primeira e a segunda quinzena de maio para entregas regulares entre junho e setembro.
De qualquer forma, a secretária de Educação de Canoas, Sônia Rosa, confirma que o município trabalha para viabilizar o retorno. "Depende da ordem judicial para voltar ao ensino presencial", diz. "Vamos acompanhar o Estado e, claro, sempre de olho nos indicadores locais da pandemia".
O plano da prefeitura é preparar as escolas para retomada, seja ela em maio, junho ou mais adiante. "Estamos fazendo roçada, capina, pequenos reparos também. Todos os protocolos sanitários estão aprovados pelo Comitê de Enfrentamento à Pandemia", revela.
O ensino híbrido, que mescla o online com o presencial, deve ser adotado em Canoas mesmo com o fim da pandemia. "Espero que tenha vindo para ficar. Não como hoje, mas como uma ferramente que traz novas possibilidades", avalia Sônia. "Se tivemos legados dessa pandemia, um deles certamente é a reinvenção do professor. Foram gigantes", destaca.
Certo, até agora, é que as aulas seguem suspensas até decisão do STF. Até lá, só online. E na torcida pela vacina.