População que precisa de socorro médico nem sempre procura o local adequado à enfermidade que enfrenta e há risco de contaminação cruzada
Estratégia do governo em dedicar a porta de entrada da nova UPA Dick, no Mathias, somente para casos não-Covid tem alvo: evitar a chamada 'contaminação cruzada', quando um paciente de uma determinada enferminada procura assistência e sai de lá com outra – a Covid-19, no caso. Hoje, as UPAs Boqueirão e Rio Branco são 100% Covid, ou seja, atendem integralmente pacientes com sintomas respiratórios graves.
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As emergências do Nossa Senhora das Graças e do Hospital Universitário estão abertas, mas funcionam com restrição máxima; o plano de contingência do município, a essa altura da pandemia, prevê que as portas de entrada no sistema sejam as UPAs. Além de facilitar o trânsito, a baixa e o tratamento dos casos mais graves, organiza o fluxo para evitar ao máximo as longas esperas por leitos – que em razão da sobrecarga do sistema, seguem acontecendo.
Entre o sábado e o domingo, Canoas chegou a ter 52 pessoas na fila de espera por uma UTI. E tem sido assim nas últimas semanas, com números sempre acima dos 35. A situação melhorou um pouco no domingo, com o fechamento dos índices de ocupação hospitalar. Canoas terminou o 21º dia de março com 95% das UTIs disponíveis ocupadas, a primeira vez abaixo de 110% em mais de 15 dias.
Num quadro de saturação aguda do sistema de saúde, a contaminação cruzada gera um risco enorme e deveríamos, todos, nos assustar com ela. Ninguém está livre de um acidente doméstico, uma crise de hipertensão ou uma apendicite, por exemplo. E mesmo quem tomou todos os cuidados de distanciamento, se manteve isolado o suficiente e longe do coronavírus, arrisca sair contaminado se precisar enfaixar um dedo quebrado, por exemplo. Se todo todos os pontos de atendimento receberem pacientes sem distinção de enfermidade, o coronavírus se espalha mais entre os convalescentes de outras doenças. E isso sem falar nos profissionais de saúde, os mais expostos desde sempre.
É aí que voltamos à separação das portas de entrada da emergência; fundamental que saibamos onde procurar ajuda e como orientar amigos, vizinhos e parentes para fazer o mesmo. Para os mais habituados, basta indicar que as UPAs Boqueirão e Rio Branco, hoje, recebem apenas pacientes com confirmação ou suspeita de Covid-19; já a UPA Dick Conter, no Mathias, está disponível para todos os demais casos.
Se não está familiarizado com sintomas típicos de urgência e emergência, guie-se pelo protocolo divulgado pelo Hospital de Clínicas de Porto Alegre:
EMERGÊNCIA NÃO-COVID
Sangramentos, cortes, fraturas, dores abdominais intensas, dor no peito, paralisia repentina, pancadas ou acidentes domésticos,
Onde procurar ajuda:
1. UPA Liberty Dick Conter – Rua Caçapava, 201 – bairro Mathias Velho
SINTOMAS COVID-19
Os mais comuns são: falta de ar, respiração acelerada, dificuldade para respirar, cansaço, tosse seca, febre, dores abdominais, dores pelo corpo características de gripe.
Onde procurar ajuda:
1. UPA Boqueirão – Avenida Boqueirão, 2900 – bairro Estância Velha
2. UPA Rio Branco – Rua Eng. Chang, 322 – bairro Fátima