Política

CANOAS | ’Busato é um segundo pai para mim’, diz Dirceu; deputado está disposto a acompanhar o ex-prefeito se houver debandada do PTB

Deputado estadual pretende acompanhar o ex-prefeito Busato caso a opção seja a troca de partido. Foto: Divulgação AL

Em isolamento para recuperação da Covid-19, Dirceu Franciscon conversou com o blog sobre a crise no PTB, sua relação com Busato e os planos do futuro – dentro ou fora do partido

O ar do campo e a rotina do interior tem feito bem ao deputado estadual Dirceu Franciscon, conhecido em Canoas como Dirceu do Busato, nome de guerra adotado na eleição de 2018 quando, com a ajuda do ex-prefeito Luiz Carlos Busato, conseguiu uma cadeira na Assembleia Legislativa. Dirceu teve Covid-19, precisou ser hospitalizado e, agora, se recupera das sequelas do vírus em sua casa na cidade de Nova Alvorada, a 230 quilômetros de Canoas. "Estou completando 34 dias de isolamento", informou o deputado nesta quinta-feira, 18, antes de voltar aos compromissos como parlamentar de forma remota.

 

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Dirceu se disse envergonhado com as falas do presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, que acabaram desencadeando uma crise política no partido que apóia o governo Eduardo Leite (PSDB) e ocupa a função de vice-governador, com Ranolfo Vieira Jr. "Não se fala da vida de ninguém, especialmente para ofender. Eu tenho muito respeito pelas pessoas e pelo governador. O que o Jefferson fez está sendo muito constrangedor para gente", comenta.

A bancada do PTB chegou a assinar uma nota de apoio a Ranolfo Vieira Jr., principal alvo interno de Roberto Jefferson na disputa com Eduardo Leite, mas na quarta-feira, 17, recuou. Impossibilitados de deixar o partido e serem acusados de infidelidade partidária, decidiram aguardar uma expulsão sumária prometida por Roberto Jefferson. Se isso ocorrer, ficariam livres para procurar um novo partido. Caso não aconteça, devem permanecer no PTB pelo menos até março de 2022, quando abre a janela para troca de filiação.

"Acho que não tem mais clima para gente, ficou uma situação muito chata, constrangedora mesmo. Mas se não for possível sair, a gente fica até a janela. É importante honrar o voto e o trabalho que vem sendo feito", avalia Dirceu.

Havendo expulsão ou na janela, Dirceu vai com Busato. "Ele praticamente um segundo pai para mim, sou muito grato a ele pela oportinidade que me deu em 2008 de trabalhar com ele e por me ajudar a chegar à Assembleia", diz. "Ele nem gosta que chame de pai, mas é", brinca.

Dirceu e Busato conversaram na quarta, 17, por mais de quatro horas em Nova Alvorada. "Ele esteve aqui, veio saber da gente, acompanhou minha saúde esse tempo todo. E, claro, conversamos sobre política, as possibilidades, o que pode ser feito", aponta. "Por enquanto, a bancada vai aguardar a posição nacional. Mas isso já vem sendo tratado. Da nossa parte, vamos conversando com as bases, ouvindo as lideranças, isso é o mais importante agora", resume.

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