Assembleia da categoria será no sábado e, a partir de segunda, transporte pode parar a qualquer momento
Terminou sem acordo a audiência desta quinta-feira, 11, na Justiça do Trabalho entre o Sindicato dos Rodoviários, a empresa Sogal, representantes do Ministério Público e da Prefeitura de Canoas que tentava amenizar a crise permanente vivida pela empresa. Com isso, a categoria já se prepara para uma nova greve a partir da próxima semana, a terceira em menos de quatro meses.
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Motoristas e cobradores reclamam que os atrasos nos salários chegam, em alguns casos, a dois meses. Eles também estariam sem receber o vale-alimentação, os ranchos, as horas-extras e complemento de férias. "Tem gente que não recebeu ainda o salário de janeiro", conta o presidente do sindicato, Marcelo Nunes, que participou da audiência chamada pela desembargadora Ana Luiza Heineck Kruse, da seção de Dissídios Coletivos do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região.
O prefeito Jairo Jorge (PSD), que está em viagem à capital federal, foi representado na audiência pelo vice, Nedy de Vargas Marques (Solidariedade). A expectativa de que o governo pudesse oferecer um novo socorro financeiro à Sogal acabou não se confirmando. A pressão sobre a Prefeitura para que haja um subsídio, no entanto, só cresce.
A Sogal, embora não comente nada sobre a crise com a imprensa, diz de forma extra-oficial que a concorrência com o transporte por aplicativos e pandemia que já completa um ano dilapidou a arrecadação da empresa. Estima-se que 60% dos passageiros habituais do transporte público tenham migrado para outros meios de locomoção de 2020 para cá. Assim, o sistema estaria se tornando insolvente. A empresa ainda acumula dívidas históricas com o INSS e o FGTS, por exemplo, além de uma série de contenciosos trabalhistas que, volta e meia, penhoram bens da concessionária.
Os rodoviários já convocaram para sábado uma assembleia geral e, caso a greve seja aprovada, pode começar a qualquer momento a partir de segunda-feira.
Aguardemos.