Política

CANOAS | A articulação para emparceirar o PP com o governo Jairo Jorge; A Operação Nedy

Vice-prefeito é o encarregado das articulações políticas do governo e tem a missão de trazer o PP para o paço. Foto: Divulgação/PMC

Movimento em curso tem a vantagem, para o governo, de isolar o PTB e parte do PDT na Oposição e dar 16 votos em 21 ao paço na Câmara

Oficialmente, o presidente do PP Marcos Daniel silencia, mas Progressitas e o governo Jairo Jorge (PSD) já são mais que amigos. Depois de um início de ano em que o partido parecia fadado à Oposição, o vice-prefeito Nedy de Vargas Marques (Solidariedade) abriu um porta para o diálogo. Hoje, PP e governo amadurecem uma entrada no paço pela porta da frente, com direito a secretaria e tudo.

Para entendermos o movimento de março, é preciso contar um pouco da história.

 

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PP e Jairo Jorge tem uma relação antiga. Em 2008, quando foi eleito prefeito pela primeira vez, tinha Beth Colombo como vice, então filiada ao Progressistas. A aliança durou os oito anos de governo e o casamento que parecia perfeito só se desfez no ano da eleição, em 2016. Para apoiar Beth, candidata de Jairo, o PT exigia um partido 'menos de direita e mais de centro' na cabeça da chapa. Também por razões internas, Beth trocou o PP pelo Republicanos e, nas urnas, trocou o 11 pelo 10.

O vereador Airton Souza, filiado ao PP na época, já namorava com a candidatura de Luiz Carlos Busato (PTB), outro partido que havia desembarcado recentemente do governo JJ. Airton chegou a ser apresentado como vice do petebista mas uma manobra política tirou o PP do colo do candidato que viria a ser eleito em segundo turno naquele ano; Airton não concorreu a nada e Gisele Uequed, da Rede, fardou-se para acompanhar Busato nas urnas.

O PP, que elegeu Patteta e Gilson Oliveira em 2016, aproveitou a necessidade do governo Busato em fazer maioria e compôs com o paço. A relação do presidente da sigla, Marcos Daniel, com Jairo, no entanto, nunca foi esquecida. Na última convenção em que Jairo esteve ainda no PDT, em 2019, Marcos esteve presente, prestigiando o então ex-prefeito que admitia publicamente a candidatura para 2020. 

Ao longo do ano da pandemia, no entanto, o PP transformou-se. Gilson e Patteta deixaram a sigla; o primeiro, para o AVante e o segundo, para o PSD – ambos com Jairo. José Carlos Patrício e Aloísio Bamberg foram recebidos por Marcos Daniel, mas faziam questão de estar com Busato nas urnas. Dá até para dizer que só foram para o PP por isso: Patrício, inclusive, era do PSD e vivia um curioso caso de constrangimento de janeiro a março, quando enfim pode deixar a sigla e manter-se fiel ao prefeito de então.

Nas urnas, novamente uma manobra tirou o PP do colo da aliança com Busato. Ernani Daniel, irmão de Marcos, concorreu. Parte do partido acredita que se tivessem aderido à reeleição do prefeito, tinham eleito mais um vereador; a tese, no entanto, nunca poderá ser provada.

E onde entra Nedy nesse textão?

Nedy é o homem encarregado no governo de tomar a frente nas tratativas políticas. O PP vem conversando com o vice desde janeiro e o convencimento da bancada – Bamberg e Patrício – já avançou, muito por conta da interlocução com Nedy. Um experiente analista da política local, sob condição do anominato, resume: "se ficaram mágoas entre a bancada e o PP por conta do abandono do partido ao Busato, estão sendo dirimidas".

Ainda teremos novidades.

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