A sociedade passa por um momento delicado em que o simples ato de lavar as mãos pode salvar vidas. Porém, em Gravataí, as pessoas ainda sofrem com a falta de água. Já não suportando mais o descaso com o qual a cidade é tratada pela Corsan, autarquia do governo do Estado responsável pelo abastecimento, o prefeito Luiz Zaffalon convocou uma reunião nesta sexta-feira, 5, com representantes da diretoria de operações da estatal para pedir providências concretas com relação a esse problema histórico.
– Não é possível mais aceitar que, em pleno 2021, a Corsan não consiga manter um abastecimento de água satisfatório em Gravataí. Todos os dias, algum ponto da cidade sofre com o desabastecimento e nada é feito. Estamos cansados de desculpas. Queremos que a empresa apresente um plano de ações para resolver, de uma vez por todas, este problema – disse o prefeito.
Zaffa, com o conhecimento de quem presidiu a companhia no governo Yeda Crusius (2007-2010), pediu que um cronograma com quatro obras essenciais para a cidade seja apresentado. São elas: um novo reservatório com capacidade para 3 milhões de litros para a Morada do Vale (este já está licitado e tem uma empresa vencedora, precisando que a obra seja iniciada); uma nova adutora que se estenda da Estação de Tratamento de Água (ETA) de Cachoeirinha até o centro de reservação do bairro Vista Alegre (obra já licitada e que deve resolver o problema de abastecimento da região das moradas); uma nova adutora que permita a ligação da Estação de Tratamento de Água (ETA) de Gravataí ao centro de reservação do bairro Cipestres (ainda sem licitação); e uma rede que possibilite a interligação, por meio de adutoras, entre os sistemas Vista Alegre e Ciprestes, para garantir estabilidade ao abastecimento.
– Não queremos e não aceitamos mais desculpas. A falta de energia na captação pode ser resolvida com geradores. As ligações irregulares, os famosos “gatos” na rede, devem ser regularizados, assim como o nível do rio precisa ser trabalhado. Nada é mais desculpa aceitável para o tratamento que Gravataí vem recebendo da Corsan – ressalta Zaffa, lembrando que a Região Metropolitana de Porto Alegre concentra 25% do faturamento da autarquia.
– Nenhuma empresa trata os seus melhores clientes com o descaso que a Corsan vem tratando Gravataí.
O diretor de Operações da Corsan, André Finamor, presente à reunião, se comprometeu a apresentar o plano de ação solicitado pelo prefeito até o próximo mês de maio.
– Precisamos que a Corsan diga o que vai fazer e quando vai fazer, ou que diga que não consegue solucionar os problemas de Gravataí. Se esse for o caso, eu vou buscar outra solução. Chega de a cidade ficar sem água – finalizou o prefeito.