A Câmara teve seu dia de Big Brother Brasil 2021. O Boninho está perdendo personagens entre vereadores de Gravataí. Não faltou aos ‘heróis’ da casa escolherem sua Karol Concá. Refleti por um dia sobre escrever ou não, mas devido aos inúmeros pedidos, vamos lá: vou fazer o Bial, mais velho, já que o Tiago Leifert é mais jovem e influenciado pela cultura do cancelamento.
Aconteceu que o vereador Dilamar Soares (PDT) e a vereador Anna Beatriz da Silva (PSD), ambos da oposição, trocaram insinuações em debate ao fim da sessão, quando era debatido o espetáculo da Operação Chavirer, que mobilizou tantos agentes quanto um assalto a banco para cumprir mandados de busca na Prefeitura e na casa do prefeito Luiz Zaffalon (MDB), como detalhei em Operação apreende até celular de prefeito de Gravataí; Vão achar um homem honesto.
Não vou reproduzir as insinuações porque, se os parlamentares não tiveram coragem de dar nomes, não serei eu a fuxicar. Ao fim do artigo, reproduzo o vídeo.
O flash do BBB ocorreu após a reação de Dila a uma provocação de Anna, o que motivou parlamentares a se revezarem na tribuna para condenar o vereador, que restou ‘cancelado’ pelos colegas.
É que, além do debate familiar, já que Dila e Anna são cunhados, e o parlamentar não se dá com Dimas, irmão e companheiro da vereadora, o vereador disse que o caixa 2 é uma realidade na política, dizendo aquela verdade incômoda, mas improvável, já que todos os vereadores tiveram suas contas aprovadas por quem é devido, que é o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Dilamar virou a Karol Concá do dia; o Dila com C, de ‘cancelamento’.
Nos bastidores se falou até em submeter o vereador a uma comissão de ética, o que aposto até Anna Beatriz acha um exagero.
Sabem Dila e Anna que fizeram um debate pesado, mas não identifico machismo.
Anna errou, quando pediu aparte na fala do vereador, e insinuou corrupções, sem mostrar o ‘powerpoint’. E Dila errou, e muito mais feio, ao insinuar questões familiares, o que é uma baixaria inominável – mas já cometida de forma semelhante, em debate entre homens, pelo próprio marido de Anna, Dimas, em debates na última legislatura.
Como um bom BBB, a defesa de Anna feita pelos parlamentares, logo em seguida, guarda seu tanto de estratégia. É um ‘isola Dilamar’, que tem sido uma voz incontrolável e independente de oposição ou governo, e também força um confronto ‘Caim e Abel’ entre Dila e Dimas – o que só serve para rebaixar a qualidade política dos dois.
Fato é que Anna saiu muito bem e foi rochedo, não marisco. Com tranquilidade debateu com Dila, e posso apostar que depois do episódio de ontem nem um nem outro avançarão nessa pauta que só serve para desgastá-lo, enquanto os demais batem palma para louco dançar.
Foi um debate entre vereador@s.
Os colegas cancelaram Dilamar, mas, como referi na abertura do artigo, vou fazer o papel do Bial, mais velho, e não do Tiago Leifert, mais influenciado pela cultura do cancelamento. Por isso, apelo:
– Menos, menos.
Tanto na profundidade de insinuações de poça d´água, quanto no cancelamento por machismo.
No BBB Câmara, que recém começou, ainda tem bastante tempo para que todos os vereadores civilizados se inspirem no que acontece na tv, onde aqueles telespectadores que não reconhecem a dívida histórica com as minorias gozam ao ver negros agindo como capitães do mato e mulheres se comportando como ‘boi lixo’ ou transformando a ‘sororidade’ em sinônimo de hipocrisia.
Ao fim, reputo sempre prudente frente à cultura do cancelamento pesar as coisas com empatia, colocando-se no lugar dos envolvidos e permitindo sempre a chance do pedido de desculpas e para evolução.
Responda rápido: “é pior quem ataca uma mulher de frente, ou quem tenta subir na cacunda de uma para atingir seus objetivos políticos?”.
Essa é minha edição sobre a sessão.
Faça a sua.
Assista abaixo ao trecho do debate.