Os pobres morrem como vivem.
À mingua. Tirando alegria do pouco.
Assoviando no sufoco.
Segurando o soco.
Se fazendo de louco.
Procurando a cura no futebol.
Morando onde cada vizinho é um inquisidor.
Esculpindo sabonete.
Rezando por uma favela aérea.
Entre a enxada e a faca.
Mãos sujas coração idem.
Carregando pedra. Esculpindo pedra.
Repetindo o mantra de que tudo serve.
Sendo tão puro que a sorte desconhece.
Assista ao Cidade declamando o poema Biff!pow!pow!