crise do coronavírus

O dia do ’liberou geral’ na pandemia de Gravataí; tudo pode funcionar

Hoje é o dia do ‘liberou geral’. Nos anais da história de Gravataí o 28 de outubro de 2020 restará como a data em que todas as atividades econômicas foram permitidas em meio à pandemia do novo coronavírus. Há regras sanitárias, mas da indústria a sítios de lazer, piscinas de condomínio a eventos infantis, casas noturnas e cabarés, tudo pode funcionar a partir do meio dia desta quarta.

O ‘novo normal’ vale não só para Gravataí, mas para todos os municípios gaúchos que estão há 28 dias em bandeira laranja, de risco médio, no Distanciamento Controlado do Governo do RS. A exceção, no que chamo chantagem de Eduardo Leite, são cidades em que prefeitos proibiram aulas na rede estadual, como a Cachoeirinha de Miki Breier, como tratei em Aulas não voltam em Cachoeirinha, mesmo com ’chantagem’ do governador; Parabéns, Miki!.

Conforme antecipou o secretário da Saúde Jean Torman na live de hoje, a indústria poderá funcionar com 100% da capacidade e casas noturnas poderão promover festas com venda antecipada de ingressos para evitar filas, 70 pessoas como lotação máxima, duração de 4h, com música ao vivo mas sem pista de dança.

Piscinas de condomínios poderão ter ocupação de 25%. Futebol e outras atividades em quadras esportivas seguem com a necessidade de intervalo de 1h e sem torcida.

– É um grande desafio para os empreendedores. Até ontem não tínhamos autorização do Governo do Estado para reabrir essas atividades. Pedimos que cumpram as regras para podermos flexibilizar mais – pede o secretário, que acredita que Gravataí possa avançar para a bandeira amarela, de baixo risco.

CLIQUE AQUI para acessar ao decreto com as novas regras pra o setor de entretenimento.

– Ninguém é obrigado a ir a festas – resumiu o prefeito Marco Alba, criticando o governador por condicionar a liberação de atividades de entretenimento à permissão da volta às aulas.

– É diferente controlar uma criança e um adulto.

A ‘ideologia dos números’ mostra que entre julho e agosto duas vidas eram perdidas cada 24h e em setembro e outubro a média é de um óbito por dia.

– É inegável a redução do contágio e da letalidade, já que nos meses de pico metade das pessoas estavam nas ruas em relação a hoje – compara o prefeito, apelando para que a comunidade siga mantendo os cuidados sanitários e de distanciamento.

Marco Alba também confirmou que o Hospital de Campanha (HC) montado junto ao Hospital Dom João Becker/Santa Casa seguirá funcionando.

CLIQUE AQUI para assistir a live.

Ao fim, chegaria o dia. O setor de entretenimento foi o primeiro a fechar e é o último a abrir. Imagine-se um empreendedor do ramo com as grades abaixadas e testemunhando a cidade, como outras atividades abertas, se comportar como se apenas usar máscara – alguns no queixo – deixasse a pandemia no passado.

Os reflexos sentiremos nos próximos meses. Aqui há registro de menos vidas perdidas, mas ainda estamos falando de UMA PESSOA por dia. São 5.966 casos, com 5.197 recuperados e 162 óbitos em 13.546 testes realizados. Hospitais de campanha e UTIs da região, inclusive particulares, como do Moinho de Vento, já experimentam a ressaca do feriadão de 12 de outubro. O HC de Gravataí está ao meio dia desta quarta com os 10 leitos de UTI COVID (com respiradores) ocupados. Na Europa, a ‘segunda onda’ já força toques de recolher e lockdowns.

Como sabem que me imolo como um Dr. Stockmann, de Um Inimigo do Povo, de Ibsen, leitores não negacionistas me enviam mensagens de medo, pedindo que eu ‘denuncie’ o ‘liberou geral’. Não posso ser hipócrita. Todos sabiam que ainda não estava liberado? Resta apelar para que, bebendo ou não, cuidemo-nos.

 

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