Miki Breier não vai ceder à espécie de 'chantagem' insinuada pelo governador ao condicionar a reabertura do setor de entretenimento à volta às aulas presenciais. Está decretado pelo prefeito: a rede pública municipal e estadual de Cachoeirinha não terá aulas presenciais em 2020.
– Se o prefeito argumenta que não tem segurança para um retorno presencial das aulas, não é razoável que voltem festas, eventos e atividades outras de entretenimento — disse Eduardo Leite, ao responder pergunta sobre municípios que ainda não liberaram aulas, em frase reproduzida no Seguinte: | Idéias.
– Manterei a decisão. E concordo que chantagem é a palavra correta, porque não há como comparar a decisão de alguém por ir a uma festa com alunos todos os dias na escola – diz Miki, que mostra preocupação com uma “segunda onda” da COVID-19.
– Vemos uma segunda onda em outros países e há crescimento de atendimentos em nosso Hospital de Campanha. A pandemia ainda nos preocupa. E muito – adverte, confirmando a manutenção do HC aberto e reforçando o alerta da ‘ideologia dos números’ que revelei nesta segunda no artigo Aumento de atendimentos em hospital de campanha não é segunda onda, é a primeira ainda; O ’platô’ nas alturas em Cachoeirinha e Gravataí.
Dados desta quinta mostram que, em 21 dias, outubro já registra 1.451 atendimentos. Seguindo a média, o HC vai atender mais pacientes neste mês do que os 1.749 de setembro, onde se identificava um ‘platô’ de estabilização, e ficará próximo ao ‘pico’ de agosto: 1.919.
– Um retorno das aulas presenciais neste momento não vai mudar a qualidade do ano letivo – resume o prefeito, professor de Filosofia.
O prefeito usa decisão do Supremo para assegurar o direito de, no território municipal, ser mais restrito do que o Estado em questões sanitárias, o que é o caso da volta às aulas, talvez não para o governador, cujo Termo de Conformidade Sanitária exige que equipes diretivas, e não sanitárias, atestem que as escolas têm condições de retomar as aulas presenciais, o que contei em Marco Alba, enfrente Eduardo Leite e proíba aulas em Gravataí!; a política da morte do governador.
Ao fim, parabéns Miki, não há munícipes estaduais. Insisto que a decisão do prefeito de Cachoeirinha poderia servir de exemplo para Marco Alba, que não interviu nas escolas estaduais de Gravataí, só fechadas devido a decisão judicial em caráter liminar obtida pelo Cpers. E repito a conclusão de meu artigo de segunda Onde é difícil tratar piolhos e tapar buracos no telhado, volta às aulas é tragédia; Obrigado Miki, socorro Marco Alba! Façam greve, alunos:
– Governador, os salões do Palácio Piratini são inspirados no Palácio de Versalhes, mas o Rio Grande do Sul não é a França. Não precisa ir a Pelotas. Convide seus burocratas e visite o Tuiuti e o Barbosa, escolas estaduais tradicionais da região. O Haiti é aqui. Duvido o senhor não recue dessa política de morte.
LEIA TAMBÉM