crise do coronavírus

A notícia ’menos pior’ das 100 vidas perdidas em Gravataí

Foto AGÊNCIA BRASIL

São 100 vidas perdidas e quase 3 mil casos da COVID-19, mas há uma notícia ‘menor pior’ para Gravataí: a pandemia parece estabilizar, mesmo que em um ‘platô’ tão alto quanto o Morro Itacolomi.

Nesta quinta, são 2.971 casos, com 2.191 recuperados (73.75%) e 100 óbitos (3.37%) em 6.831 testes realizados. Mas o pico observado na 33ª semana epidemiológica recuou na 34ª e se mantém nesta 35ª, como mostra o gráfico abaixo. Abaixo, sigo.

 

 

– Essas 100 mortes são um trauma para toda comunidade. De jeito nenhum vamos minimizar essas perdas, mas nossa taxa de letalidade é a menor entre cidades de mesmo porte no país, e além da média diária se manter em agosto as internações hospitalares indicam melhora no cenário – avalia o secretário da Saúde.

Conforme Jean Torman, mesmo num ‘platô’ elevado, a incidência de contágio e a necessidade de internações estão em limites suportáveis pela rede criada para enfrentar o novo coronavírus.

– Se uma onda mais forte não acontecer, a capacidade que preparamos dá conta. Mas é preciso não afrouxar. Se não temos 1 milhão de mortos em seis meses no Brasil, que era a projeção inicial da OMS, ainda são 120 mil vidas perdidas – analisa, criticando a condução do governo federal no enfrentamento à pandemia.

– Não é uma condução responsável.

O secretário projeta para o próximo mês a possibilidade de reabertura de outras atividades econômicas, mas alerta para a necessidade da manutenção a longo prazo dos cuidados sanitários.

– Comportamento é tudo. As pessoas estão cansadas do isolamento social, mas se afrouxarmos os cuidados podemos ser surpreendidos. É uma doença nova, tem apenas 8 meses. Não podemos brincar. A reabertura aconteceu dentro de protocolos rigorosos. Hoje Gravataí é uma referência para o Rio Grande do Sul e conduziu a elaboração das novas regras que permitiram flexibilizar a bandeira vermelha na Região Porto Alegre.

Jean mostra preocupação com o momento em que forem reabertas atividades com maior aglomeração, como casas noturnas, e vê a volta às aulas como maior desafio.

– Na Alemanha a abertura de boates fez crescer casos. E sobre a volta às aulas, não há no mundo um modelo que tenha dado certo. Nenhum responsável técnico arrisca garantir a segurança para aulas presenciais antes de uma vacina.

Ao fim, é como tratei em Caiu um Airbus em Gravataí, Cachoeirinha e Porto Alegre; 10 dias da COVID. O risco da zona de conforto, e do cansaço com o distanciamento social, é assumirmos um comportamento de fim de pandemia, como se em meio à uma guerra estivéssemos nos acostumando aos bombardeios – e, mesmo testemunhando a tragédia do vizinho, resolvêssemos sair para comemorar mais um dia vivo tomando umas cervejas.

O Airbus caiu em Gravataí.

 

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