política

Dimas e Evandro escorregam na poça d´água da política; mais guardas não é prioridade em uma pandemia

Sessão remota da Câmara de Vereadores de Gravataí

Dimas Costa (PSD), que é candidato a prefeito de Gravataí, e Evandro Soares (DEM), seu vice, escorregaram naquela política tão profunda quanto uma poça d´água, na sessão desta quinta, na Câmara de Vereadores.

A dupla votou a favor da Indicação Legislativa 11/2020, que solicitava à Prefeitura a contratação de mais 50 guardas municipais.

A proposta caiu por 13 a 7, e não teve nem os votos dos colegas de PDT do autor, Wagner Padilha: Dilamar Soares e Rosane Bordignon (que é vice de Anabel Lorenzi) votaram contra.

Foco em Dimas e Evandro porque então entre os favoritos para governar Gravataí e, avalio, fazem uma campanha irrepreensível nas redes sociais, apresentando propostas e sustentando as críticas em dados e fatos.

Assim, reputo o voto como um compromisso dos dois políticos em contratar 50 guardas caso assumam a Prefeitura, em 1º de janeiro de 2021. Ou é demagogia, oportunismo para ficar bem com guardas que esperam na fila do concurso.

Exerço da mesma coerência de quando critiquei Rosane, Dilamar & Cia. por apresentarem uma demagógica proposta de reposição salarial de 20% para o funcionalismo – percentual que, dado em um ano, quebraria a Prefeitura.

Contratar 50 guardas não provoca um rombo, mas é uma medida notoriamente dispensável. Primeiro porque é ilógico aumentar a tropa com menos gente na rua, e sem crianças nas escolas. Depois, porque é preciso pensar na perda de receita projetada em R$ 85 milhões até o fim do ano, consequência do contágio econômico do novo coronavírus. E, principalmente, porque em 2022 o Orçamento de Gravataí será atropelado pela queda de quase 70% na venda de carros pela GM, que responde por metade da receita com ICMS.

Gravataí tem hoje 219 guardas municipais. É uma tropa maior que a do 17º Batalhão de Polícia Militar, que tem 196 brigadianos.

É improvável, e torço para que não, o convencimento dos votos – de Dimas, Evandro, Bombeiro Batista (PSD), Jô da Farmácia (PSD), Nadir Rocha (MDB) e Paulinho da Farmácia (MDB), este informou à Presidência da Câmara ter votado errado – ter advindo da justificativa assinada por Wagner Padilha.

– Os atentados contra a ordem pública, contra o patrimônio e à vida se sucedem diariamente, dando margem a uma onda de violência desenfreada – argumenta o autor, no texto da justificativa da Indicação Legislativa.

Não vivemos no Canadá, mas é mentira denunciar uma “onda de violência desenfreada”. As estatísticas da segurança pública apontam o contrário: a violência diminuiu durante a pandemia.

Conforme dados do Ministério da Justiça, a redução no número de homicídios no Rio Grande do Sul é de 22,6% na comparação entre os primeiros seis meses de 2019 e 2020. Levantamento produzido pelo jornalista Gabriel Siota Ganzer, e publicado dia 23 pelo Giro de Gravataí, mostra que nos últimos dois meses Gravataí não registrou nenhum assassinato.

Ao fim, é aquela velha história: se algum vereador apresentar um projeto indicando a criação de 1000 leitos em Gravataí, arrisca ser aprovado, porque políticos tem medo de dar a real, principalmente frente ao Grande Tribunal das Redes Sociais.

Assim a política se afoga em poça d´água.

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