política & negócios

Maior doadora de Eduardo Leite, família Jereissati é concorrente do Mercado Livre no e-commerce; o shopping da política

Mercado Livre já tinha alvará, endereço e estava contratando para centro de logística na ERS-118, em Gravataí

Deu na RBS, hoje, e é mais um dos Grandes Lances dos Piores Momentos da perda do Mercado Livre, gigante do e-commerce que tinha alvará, endereço e já contratava para o investimento de meio bilhão e 2 mil empregos em um centro logístico, na ERS-118, em Gravataí.

Presidente-executivo da Iguatemi Empresa de Shoppings Centers, Carlos Jereissati Filho comanda um dos maiores grupos do segmento, duramente atingido pelas restrições nas atividades para evitar contaminação em série. Ao contrário de empresários que veem criticamente o "abre e fecha" dos negócios, avalia que é melhor ter tido a oportunidade de funcionar por algum período, como ocorreu em Porto Alegre, do que ficar 120 dias sem atividade, como em Belo Horizonte e Salvador:

– O pior dos mundos é permanecer o tempo inteiro fechado – afirmou à coluna durante entrevista em que também anunciou o início das operações de um novo segmento, o Iguatemi 365, uma plataforma de e-commerce que se define como "marketplace premium".

O grifo é meu.

A entrevista, que você acessa na íntegra clicando aqui, está na coluna de Marta Sfredo, principal articulista de economia do Grupo RBS e a jornalista responsável por Por que não faz sentido comparar desistência do Mercado Livre à saída da Ford do RS.

O artigo foi publicado após o prefeito Marco Alba se utilizar da alegoria da Ford para deflagrar uma ‘guerra híbrida’ contra o ‘deep state gaudério’ – e, evidencia-se agora, os ‘primos ricos’ nacionais – ao denunciar a inação do governo estadual na perda do investimento que corresponde a 20 Havans em Perder Mercado Livre é pior que Ford, diz Marco Alba a Eduardo Leite; o ’delivery’.

Reputo que “inação” pode ser elogio.

O clã Jereissati, ‘coronéis gourmets’ do nordeste, que conforme a RBS tem no horizonte ‘premium’ de seus negócios uma plataforma de e-commerce, e, portanto, concorrente de empresas como Mercado Livre ou Amazon, foram os maiores doadores de campanha de Eduardo Leite a governador.

Em 2018, dos R$ 4.255.784 arrecadados, R$ 200 mil, ou 5% das doações de pessoas físicas, estavam ligados ao sobrenome Jereissati. As maiores doações para Caixa 1 foram feitas pelos irmãos Carlos (R$ 100 mil) e Pedro (R$ 50 mil) Jereissati, que controlam junto aos filhos os shoppings Iguatemi, e por Renata Jereissati (R$ 50 mil), mulher do senador Tasso Jereissati (PSDB).

Não localizei o valor na prestação de contas aprovada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas em 22 de setembro de 2018, o site "Amigos de Pelotas" publicou que um dos filhos de Carlos Jereissati – o Carlinhos, da entrevista para a RBS – “a pedido de Leite doou R$ 250 mil para a campanha de Paula Mascarenhas a prefeita, em 2016. Foi a maior doação recebida pela sucessora de EL na prefeitura”.

É no mínimo um clássico do “Índice de Coincidências Incríveis da política nacional” – ranking criado pelo jornalista Reinaldo Azevedo – o governador não ter se empenhado o suficiente para não perder uma empresa concorrente aos Jereissati, seus maiores doadores de campanha. Impossível não desconfiar e lembrar daquela máxima do mensaleiro confesso e neobolsonarista Roberto Jefferson: "trocam os grupos políticos, trocam os grupos econômicos".

É um índice tão frequentado pela família quanto os réveillons na paradisíaca praia do Cumbuco, em Fortaleza. A última do “ICI” foi Tasso relatar o Marco do Saneamento, nome bonito para facilitar a privatização da água, mesmo conhecido como “Senador Coca-Cola”, já que o Grupo Jereissati comanda a Calila Participações, única acionista brasileira da Solar, uma das 20 maiores fabricantes do mundo da “água negra do imperialismo”.

Ao fim, um tanto saberemos a partir da ordem judicial para quebra do sigilo da negociação Governo do RS-Mercado Livre, como tratei em Eduardo Leite tem 5 dias para apresentar a Marco Alba processo que impediu a vinda da Mercado Livre para GravataíMarco Alba aciona governador para quebrar sigilo de negociação frustrada com Mercado Livre; ’parole, parole, parole’. Se a empresa foi embora por interesse financeiro, e vai ganhar almoço de graça em Santa Catarina, como a Ford jantou na Bahia, bom, aí será tudo "teoria da conspiração".

 

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