opinião

Não, não vamos fechar a Câmara de Cachoeirinha; CPIs adiadas

Vídeos das nove horas de sessão estão na página de Facebook da Câmara Municipal de Cachoeirinha

– Vamos fechar a Câmara também?

Essa foi a pergunta de uma fonte respeitabilíssima, que já ocupou cargos de estado (que é diferentes de cargos políticos), ao receber meu artigo As CPIs ’napoleão de hospício’ de Cachoeirinha; entendo Groucho.

Entendi a provocação, de forma inteligente ligada às minhas críticas a incitação pelo presidente Jair Bolsonaro de antidemocráticas manifestações contra o Congresso Nacional, que tratei em artigos como ’Para casa, soldados’, e Mourão; associo-me, Bordignon alerta para o 15 de março, ’dia da ditadura’; associo-me, O golpe de Bolsonaro está em cursoÀs portas da ditadura; do ’vilão de estimação’ .

Uso da inconfidência para analisar o modo ‘napoleão de hospício’ com que nesta quinta foi adiada para semana que vem a sessão extraordinária da Câmara de Cachoeirinha em que seria votado o relatório da ‘CPI do Lixo’, ou da SKM.

Querida fonte, cujo nome não revelo por ter me desafiado em uma mensagem privada, não, não devemos fechar o Parlamento Municipal!

Em nenhum momento questiono o papel fiscalizador do parlamento, personificado nos rostos dos eleitos, que representam 100% dos votos de Cachoeirinha, conforme os critérios de proporcionalidade estabelecidos pelo coeficiente eleitoral.

Os apontamentos que faço são em relação ao momento da CPI, às vésperas da eleição e depois de uma tentativa fracassada de golpeachment do prefeito Miki Breier e do vice Maurício Medeiros, e cujas personagens de luz e sombra podem ser enquadrados, umas menos, outros mais, como ‘Situação B’.

Tanto na CPI da SKM, quanto na ‘CPI dos Pardais’, temos entre artífices políticos que estavam no outro lado do balcão, com assinatura e tudo, e hoje são os fiscalizadores de si próprios!

Não há como evitar ao menos a suspeita de que se trama um golpe político. Por que não investigaram antes? Tal dúvida poderia até acoar o Pretinho, cão comunitário da Câmara, se no pátio ainda estivesse, e não enxotado fosse pelo novo presidente Edison Cordeiro, pastor.

Falando genericamente, esse tipo de moralismo seletivo de políticos (por óbvio, junto aos mal feitos reais) faz com que cada vez mais o eleitor permita à política não mais do que a presunção de culpa.

Inevitavelmente, não faltará alguém na comunidade, e principalmente no ‘Grande Tribunal das Redes Sociais’, a dizer, não necessariamente em Cachoeirinha:

– Já assistiu Cães de Aluguel?

Após 9h de sessão nesta quinta, o presidente teve um chilique quando alguém da assistência – erradamente – se manifestou, e com essa justificativa o mandatário de turno adiou a votação da CPI para a próxima terça.

Antecipo: a oposição não vai aprovar os relatórios. Vai ser 9 a 7 a favor do arquivamento.

Mas o que foi apurado, muito com base em mais de R$ 50 mil investidos pela Câmara em consultorias, será encaminhado para o Ministério Público.

Se os órgãos competentes, e com técnicos especializados, detectarem irregularidades, apresentarem denúncia e a justiça aceitar, que os responsáveis sejam punidos, tenham seus direitos políticos suspensos, restem com candidaturas impugnadas e devolvam um Real, ou o tal meio milhão, que oposicionistas tiraram do ‘bolso do colete’ como a cifra referente aos supostos pagamentos ilegais à prestadora de serviços.

Mas vereadores não são policiais, mesmo que policiais possam ser políticos. O julgamento é político. E qualquer flerte, do lado que for da ferradura, com a cassação do voto que foi depositado na urna para o prefeito, vice, ou mesmo os vereadores, precisa de muito batom na cueca ou na calcinha.

Ao fim, o trabalho de vocês, das CPIs, foi feito. Deixem o ‘sim ou não’ à continuidade de Miki para as urnas.

O resto, o MP e o Judiciário decidem no devido tempo do processo legal.

 

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