Quando trato como ‘amalucadas’ as CPIs em curso na Câmara de Cachoeirinha, algo de ‘napoleão de hospício’ há.
Na noite desta terça, os vereadores adiaram para uma sessão extraordinária no dia 27, 9h, a votação dos relatórios da ‘CPI do Lixo’ e da ‘CPI dos Pardais’, que tratei em artigos como CPI pode levar a rombo milionário em Cachoeirinha; não é ’jeitinho’, e sim alerta a quem paga, Questões sobre a CPI do Lixo de Cachoeirinha; do Fantástico ao Zorra Total, Câmara pede direito de resposta sobre artigo da CPI do Lixo e Partido do governo desmente versão da CPI sobre acesso a documentos; a zorra é total
Como jornalismo é dar nome as coisas, explico: a oposição vai tentar seduzir Paulinho da Farmácia (PDT) a não abandonar a ‘Situação B’ e votar com o bloco oposicionista a favor da responsabilização do governo.
Se as CPIs tivessem sido votadas, teriam sido rejeitadas.
O argumento para adiar a votação: os vereadores não tiveram tempo de analisar os dois relatórios.
Justíssimo! São mais de 20 mil páginas.
E CPI é coisa séria – ou deveria ser.
A mão no colete é que em 2019 um apelo idêntico foi feito pela base do governo para que a abertura do processo de golpeachment contra o prefeito Miki Breier e o vice Maurício Medeiros não fosse votada duas horas depois de a denúncia chegar à Câmara.
E não foi aceito!
Inclusive, a ânsia em derrubar os adversários políticos ajudou no fracasso do golpe: na justiça e, depois, no voto, como tratei em artigos como Justiça suspende impeachment de Miki e Maurício; o ’parenticídio’ e Por 13 a 2 Câmara derruba golpeachment contra Miki e Maurício.
Ao fim, fica difícil não culpar vereadores pelo ambiente político nocivo experimentado hoje em Cachoeirinha.
– Perdoem-me por não levantar – queria Groucho Marx, em seu epitáfio.
Sou grouchomarxista.