Jornalismo é dar nome as coisas: o post feito no mesmo dia por Dimas Costa (PSD) em seu perfil de Facebook é uma resposta óbvia ululante a postagem de Anabel Lorenzi (PSB), que tratei em Anabel liga adversários a ’pacote de maldades’ de Leite; a aposta no servidor.
Siga o texto de Dimas e, ao fim, comento.
“(…)
Nunca tive duas caras, nem votos de conveniência.
Não sou político carguista ou de Copa do Mundo, que aparece somente quando chega eleição.
Sempre estive ao lado dos professores.
Participei de todas as assembléias do magistério, fui voz na câmara de vereadores para cobrar o governo municipal devido ao reajuste zero, não aprovei CPI que culpa sindicato por prefeitos terem quebrado o IPAG e quando o prefeito quis tirar o plano de saúde dos servidores fui o primeiro a atender a categoria e apresentar um projeto para evitar a extinção do IPAG SAÚDE.
Fui crítico de Sartori (MDB) desde que o então secretário da educação Vieira da Cunha (PDT) começou a parcelar salários do funcionalismo e nunca subi em palanque de Gravataí para apoiar aquele governador.
Condenei o governo de Cachoeirinha quando o governo de Miki (PSB) tirou direitos dos servidores e professores apanharam da polícia.
No segundo turno votei em Eduardo Leite (PSDB). Meu partido PSD está no governo e mesmo assim não deixo de criticar os projetos do governador que prejudicam principalmente os professores e funcionários públicos que menos ganham.
Já anuncio que em Gravataí VOTO CONTRA projeto do governo de REFORMA DA PREVIDÊNCIA. Sem reajuste o funcionalismo municipal não tem como pagar sempre a conta.
Cuidado que a eleição está chegando e muitos políticos e políticas contagiosos, que os eleitores achavam que estavam escondidos embaixo da cama, aposentados ou tinham se mudado da cidade ou então no seu "período sabático", querem aplicar nos servidores o CARONA VÍRUS.
(…)”
Analiso.
Apesar da desconfiança do lado destro da ferradura ideológica de que os canhotos ainda podem ser se aproximar até a eleição para tentar impedir a vitória do candidato do governo Marco Alba (MDB), como aconteceu em 2017, e tratei no artigo Cenários malucos que mudariam eleição em Gravataí; tertius gaudens, as peleias públicas entre os dois prefeituráveis tem sido ao estilo Lula e Ciro Gomes, como também já tratei em artigos como O ’pega fogo cabaré’ na oposição de Gravataí.
As críticas mútuas estão muito fortes, e cada vez mais, diametralmente à chegada da campanha. Faz-me lembrar – para além da tradicional máxima da época da ditadura “a esquerda só se une na cadeia” – uma sensacional do Millôr:
– A ‘eleição’ de Tancredo traz a Brasília um clima de lamentável euforia. Pois o que precisamos é de um clima de nósforiamos. Que inclui, democraticamente, o clima de tuforias, o de eleforia e, com todo respeito, o de vósforieis.