opinião

A ligação do Clebes para o Bolsonaro

Clebes Mendes no dia da inauguração da duplicação das pontes do Parque dos Anjos

Como relatei no artigo Neri presidente; o patrão e o pancadão da Câmara de Gravataí, por problemas técnicos não estava conseguindo postar da madrugada de quinta até a manhã deste sábado, mas ainda vale o registro.

Quando escrevia este artigo, Clebes Mendes (MDB) fazia da tribuna um balanço de sua gestão frente à Presidência da Câmara, poucas horas antes da nova mesa diretora ser escolhida, em sessão especial.

Vereadores das bancadas de governo e oposição se revezam na tribuna para elogiar o colega.

Clebes fez uma boa gestão.

Surpreendente para muitos.

Paulo Silveira resumiu:

– Há um Clebes antes e outro depois da Presidência da Câmara.

É que havia muita desconfiança em relação ao presidente. Não por temor de malfeitos, mas pelo seu temperamento explosivo.

Apelidei Clebes de ‘Bolsonaro da Aldeia’.

Em campanha, o hoje presidente Jair Bolsonaro, em visita a Porto Alegre, soube da brincadeira pelo então deputado federal Jones Martins, e ligou para o gravataiense do Parque dos Anjos.

– Bolsonaro? Aqui é o Bolsonaro!

Inegável é que Clebes foi o que um presidente precisa ser: um gestor dos diferentes.

O que entendo valer para síndico de prédio ou presidente da ONU, mas principalmente para um poder que, na proporcionalidade, representa 100% do eleitorado de Gravataí.

Firme, Clebes errou algumas vezes, mas acertou muito mais. Assim ganhou a admiração dos parlamentares, por compreender o papel de mediador, e não de pilheiro.

Foi bem também na gestão da Câmara. Manteve o histórico de outros presidentes de só usar metade do orçamento, ‘devolveu’ R$ 3 milhões à Prefeitura e não entrou na ruim de propor aumento de salários para os políticos.

A sorte também sorriu para Clebes, que estava no lugar certo, na hora certa. Como presidente, se eternizou no palanque, ao lado do prefeito Marco Alba, na inauguração de uma das maiores obra da história de Gravataí, e a principal de seu bairro, a duplição das pontes do Parque dos Anjos.

Neste ano, minhas críticas mais fortes a ele foram, administrativamente, por ceder a algumas pressões do Ministério Público em relação à gestão dos CCs da Câmara, o que tratei nos artigos Vão acabar com assessores na Câmara de Gravataí?, Ministério Público caça CCs fantasmas na Câmara; cuidado com a ’caça às bruxas’ e Sobre a lista dos vereadores na mira dos ’caça fantasmas’; o MP mandando na Câmara; e, politicamente, por em meio à polêmica sobre a liberação da posse armas, ter feito o selfie com uma pistola ao seu lado no sofá de casa, e postado no Facebook, o que condenei no artigo Clebes tem uma arma; desnecessária – e perigosa – exposição.

Ao fim, Clebes foi um bom presidente porque conseguiu conduzir com equilíbrio e, o que é raro, independência necessária ao poder executivo, o tramite de projetos e o debate em uma casa onde é natural o acirramento, afinal, é o ‘parlamento’.

Se tivesse como ligar para Bolsonaro, Clebes poderia testemunhar:

– Viu como dá, presidente?

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