Como é que se faz um pão? Há várias maneiras e muitas receitas. Para os pães caseiros, então, é uma variedade impensável de tipos de pães que têm a finalidade de atender a todos os gostos, dos mais simples aos mais excêntricos, com grãos ou leite, na manteiga ou recheados…
Pois é de olho neste mercado – a indústria da panificação cresceu 2,18% no anto passado, em todo o Brasil – que o setor passa por um momento de ebulição em Gravataí, com novas indústrias e empresas chegando, ou mudando de endereço ou, ainda, apenas ampliando suas instalações e capacidade de produção.
Mesmo com a massa fermentada e crescendo, tudo o que se sabe até agora é que muita coisa já foi para o forno. Mas ninguém quer saborear pão quente e o assunto é tratado a boca miúda entre empresários e autoridades, que esperam pela geleia certa até que possam comentar o que está planejando.
O que o colunista apurou, até agora?
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A Marsala, que nasceu em Cachoeirinha e hoje opera em Gravataí junto com a “fábrica da Nutrella” – leia-se Grupo Bombo, final da avenida Teotônio Vilella e quase na Freeway, produzindo massas para as mais variadas finalidades – pastéis, pizzas, lasanhas – pães recheados e pão de alho com seu próprio nome, está de mudança.
Pelo que apurei, a empresa já tem definido novo endereço que o “passarinho verde” não soube – ou não quis – revelar. E é uma mudança para breve, com a finalidade de ampliar o potencial de produção e conquistar novos mercados (a empresa já atende o Rio Grande do Sul e a Região Metropolitana de Florianópolis, Santa Catarina).
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Pelos lados da Hiperpan – que tem suas instalações na rua Venâncio Aires, centro da cidade – já está certa a mudança para o Distrito Industrial de Gravataí. Aliás, mudança que estava planejada para o mês passado e que chega a ser tratada ma esfera da administração municipal como “atrasada”.
Operando há 30 anos no ramo e comercializando as marcas Hiperpan e Trimassa, a empresa quer mais espaço para crescer, ampliando o número de máquinas e equipamentos para chegar a novos mercados e, quem sabe, lançando novos produtos para os mercados do Sul do Brasil.
A nova sede da empresa tem cerca de 7,5 mil metros quadrados de área construída, 1,5 mil metros quadrados só para câmeras frias, e uma capacidade de produção de 3,5 mil toneladas mês, distribuídas entre pães e salgados. Com isso, a Hiperpan aumentará em cinco vezes o volume de produção atual.
: Fachada – computadorizada – da Hiperpan no DI de Gravataí
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E na semana que passou teve mais uma Licença de Operação concedida pela Fundação Municipal do Meio Ambiente, a FMMA. Foi a centésima assinada pelo diretor-presidente Luiz Zaffalon, desde que assumiu o cargo no começo do ano, para empresas interessadas em se instalar em Gravataí.
— É uma empresa grande. Coisa para uns 500 empregos, ou mais — me confidenciou o vice-prefeito de Gravataí, Áureo Tedesco, quase entredentes e justificando-se que o anúncio vai ser feito pelo titular da administração municipal de Gravataí, o prefeito Marco Alba (MDB).
Antes, conversei com o Zaffalon que me negou o privilégio da informação. “(É para) Um fabricante de pães e massas. Não quero expor seu nome. Pode não gostar”, me respondeu com a fidalguia que lhe é peculiar na cordial relação que mantem com a imprensa – e com seus amigos.
Das duas uma: Ou a Licença de Operação é para a Marsala (fabricante de pães e massas, note isso!) que está prestes a mudar de endereço, ou para uma nova empresa. Daí seria a terceira neste forno de tijolos e barro, aquecido a lenha de mato, em que se transformou o setor de produção de pães, massas e seus derivados e correlatos, em Gravataí.
Falei de novo ontem com Zaffalon e ele negou que a tal ‘LO’ seja para a Marsala. Como, pelo que consta, a Hiperpan já tem suas licenças, está aberta a temporada de apostas sobre qual vai ser a terceira grande indústria panificadora que vai operar em Gravataí. Fichas à mesa, pois, em meio a cacetinhos, brioches, pães de sanduíche, de grãos e de alho, bolos e bolinhos…
E a Vital?
Está chegando! Na vizinha cidade de Cachoeirinha.
A Vital Pães, empresa tradicional no mercado em que está inserida há cerca de 20 anos, está investindo forte para adaptar o prédio em que funcionou uma indústria metalúrgica pesada, a Koch, no Distrito Industrial de Cachoeirinha, para multiplicar por cinco a sua capacidade de produção.
Hoje ainda produz em Porto Alegre – em sede própria desde 2006 – e prevê um investimento que pode chegar a R$ 40 milhões, entre obras de infraestrutura e aquisição de novos e mais modernos equipamentos, até a inauguração em Cachoeirinha, cuja data não está definida, mas deve ser até o fim desde ano.
Atualmente com aproximadamente 230 postos de trabalho, quando passar a operar em Cachoeirinha a Vital Pães – empresa Wedmann’s, fundada originalmente em 1910 – deve oferecer, no total, algo em torno de 700 vagas para colaboradores. No DI de Cachoeirinha o terreno tem 40 mil metros quadrados, sendo que cerca de 15 mil metros quadrados são de área construída.
Deverão ser produzidos, na nova-futura fase da Vital, aproximadamente 250 mil produtos, de pães a biscoitos, doces e salgados, entre outros, para atender aos pontos comerciais e para comercialização em suas lojas próprias, hoje mais de 20 na capital e Região Metropolitana, entre outras cidades do Rio Grande do Sul.