Projeto de Emenda à Constituição foi protocolado por senadores terça-feira.
Petistas e parlamentares da oposição querem a convocação eleições antecipadas caso o impedimento de Dilma Rousseff seja aprovado no Congresso. A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) encaminhada por um grupos de seis senadores que une PT, PPS, Rede e PSB, foi protocolada na noite de terça-feira, e já pode começar a tramitar. Ela prevê que o pleito marcado para 2018 se realize ainda este ano, concomitantemente com as eleições municipais, em outubro. Presidente e vice eleitos ficariam no cargo até o final de 2018 – mandado de dois anos contados à partir de 1º de janeiro de 2017. A justificativa seria a falta de legitimidade do vice para assumir a presidência sem ter sido eleito diretamente para isso.
No Senado, João Capiberibe (PSB-AP) é um dos que encampam a campanha pela PEC.
– Estamos lançando um embrião, nossa expectativa é que isso se torne uma saída negociada para a crise, inclusive com uma consulta à sociedade – afirma.
O parlamentar acredita que a antecipação das eleições se faz necessária tendo em vista que “os dois lados são ilegítimos, tanto Dilma quanto Temer, nenhum dos dois consegue governar”. Capiberibe acredita que a proposta pode tramitar paralelamente ao rito do impeachment no Senado. Nesse ponto há uma divergência entre o grupo da Câmara alta e deputados do PT, que aceitam a tese da nova eleição somente após o afastamento definitivo de Dilma. Até que isso ocorra, a ordem da bancada é defender a presidenta até o final.
A proposta ganhou força entre os petistas após a derrota na Câmara, que deixou Dilma a um passo do impeachment. Agora a matéria segue para votação no Senado e, caso seja aprovada, o vice Michel Temer (PMDB) assumiria a presidência. Além disso, a divulgação da última pesquisa Datafolha animou os petistas e deu fôlego para a ideia.
De acordo com o levantamento, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lidera as intenções de voto para o pleito de 2018 em todos os cenários propostos – com o senador Aécio Neves ou com o governador Geraldo Alckmin como candidatos do PSDB. De acordo com a pesquisa, a única que representaria uma ameaça ao petista seria Marina Silva (Rede), com quem ele empataria tecnicamente em um dos cenários. Estes números tornam atrativa para o PT a ideia da realização de eleições antecipadas em caso de impeachment de Dilma. Soma-se a isso o alto índice de rejeição a Temer nas pesquisas, e o fato de que a Câmara poderá processar em breve um pedido de impeachment do vice.
A ideia não é nova. Leia aqui a reportagem completa do El País.