Prática denunciada internacionalmente, 12 mil bezerros vivos foram embarcados hoje em Rio Grande com destino ao Egito. Ativistas que lutam pela defesa dos direitos animais fizeram protesto no porto e em frente ao Palácio Piratini, em Porto Alegre.
Reputo esse brete de desumanidade, dinheiro a qualquer custo e fundamentalismo religioso tão cruel quanto o, como alertam perfis do FBI, potencial serial killer juvenil que transmitiu live torturando e matando cachorro em Lindolfo Collor, interior do Rio Grande do Sul.
Os bebês gados viajarão por 20 dias, em condições degradantes, em meio a fezes, urina e temperaturas elevadas no navio, para alimentar crendices judaicas e muçulmanas que só consomem os animais mortos conforme seus rituais.
Visualize: após quase um mês no mar, facções de ambas as religiões seguem preceitos em que vacas, cabras, ovelhas ou aves de curral devem ser sacrificadas com um corte na garganta e deixadas dessangrando por horas até morrer.
Conforme a reportagem Ativistas protestam contra exportação de gado vivo no RS e denunciam ‘tortura e sofrimento animal’, no Sul 21, além das denúncias, esse tipo de operação vem sendo objeto de ações judiciais também.
A ação relativa ao embarque dos bezerros no navio Elevation, que chegou ao Porto de Rio Grande, foi ajuizada pelas ONGs Princípio Animal e Mercy For Animals.
Preocupadas com o bem-estar dos animais, as duas organizações, bem como o Fórum Animal, vêm monitorando a movimentação de navios que transportam animais vivos e acionando o poder judiciário com o objetivo de suspender os embarques já há algum tempo.
O artigo alerta que, desde 2012, quando o ritmo das exportações acelerou, o Brasil exportou em média 400 mil bois vivos por ano. O principal destino dos animais é o Oriente Médio.
No Congresso Nacional, tramitam três projetos de lei que pedem a proibição dessa atividade.
O jornalista Marco Weissheimer reporta que, na segunda-feira, o Serviço de Fiscalização de Insumos e Serviços Pecuários e Saúde Animal (Sisa/DDA), da Superintendência Federal no RS, do Ministério da Agricultura deu a autorização para a emissão das guias de trânsito animal (GTA) para o transporte de 11.987 animais.
Segundo a Estância Del Sur, empresa que realiza essa parte da operação, serão necessárias entre 250 e 300 viagens para que todos os animais possam ser levados do município de Crista ao terminal do Porto de Rio Grande (uma distância de aproximadamente 120 quilômetros).
À reportagem, Katia Moreira, que participa de um grupo de ativistas que luta contra essa prática desde 2010, conta que naquele ano foi realizada uma mobilização junto à população de Rio Grande, com a elaboração de um abaixo assinado que foi encaminhado ao Ministério Público.
O MP entrou, então, com uma ação civil pública visando parar o embarque de animais por irregularidades relativas a licenças e ao meio ambiente.
– Essa ação do Ministério Público foi frutífera e o embarque foi suspenso. Os animais nem chegaram a ser embarcados pois estavam em situação irregular no local onde aguardavam. Ficou um tempo sem embarque aqui até que retomaram e de novo o Ministério Público entrou com uma ação civil pública em função de problemas ambientais envolvidos na operação. No ano passado, a organização não-governamental Princípio Animal entrou com uma ação civil pública tentando garantir a entrada de uma ativista no navio para averiguar as condições dos animais. Como estávamos em pleno distanciamento social causado pela pandemia e acho que nem vacina havia ainda, era necessário um teste covid e acabamos não conseguindo. Como esse tema tomou uma dimensão maior em nível nacional, quando soubemos que esse navio ia chegar para embarcar os bezerros, começamos a nos mobilizar – relata a ativista.
Ao Sul 21 a deputada estadual Sofia Cavedon (PT) prometeu hoje que vai protocolar um projeto de lei para banir essa prática no Estado, e buscará assinatura dos demais deputados e deputadas em apoio à proposta.
– Sujeitar animais a uma viagem de 20 dias em alto mar, sem qualquer conforto térmico, em local insalubre, fétido, sem espaço para locomoção, é uma tortura que fere os animais não humanos e a Constituição brasileira, que proíbe o maus-tratos aos animais. Estamos num patamar civilizatório em que o sofrimento animal injustificado não é mais tolerado pela sociedade – justificou a parlamentar.
Para mais informações sobre o tema, acesse o relatório investigativo Exportação de Animais Vivos no Brasil 2021.
Ao fim, além da exploração cruel dos animais, e da perda de empregos e impostos no Brasil, epidemiologistas da Organização para Alimentos e Agricultura da ONU estão entre os maiores críticos da exportação de animais vivos por favorecer a propagação de doenças.
Estamos na contramão do mundo.
É um “Não olhe para cima”, nem para os bebês gado berrando embarcados num navio que não é convidativo nem para seus tripulantes.
Aproveito para convocar vereadores a pedirem voto favorável a seus deputados.
O principal exemplo é a Márcia Becker (MDB), vereadora eleita pela causa animal, que pode convencer a única deputada de Gravataí, Patrícia Alba (MDB), a apoiar o PL que proíbe mais essa crueldade da besta humana.
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