Para crescer o bolo das combalidas finanças de Cachoeirinha, uma fábrica de pães. O anúncio do investimento da Vital não é pouca coisa. Com faturamento anual de R$ 40 milhões, a projeção do diretor da empresa Paulo Eduardo Wasielewski é de que aquela que é uma das líderes em produção de pães no Rio Grande do Sul chegue a um faturamento de R$ 200 milhões por ano em 2020, quando pretende cobrir todo o estado e avançar sobre os mercados de Santa Catarina e Paraná.
– É uma das melhores notícias de 2018 – comemora o prefeito Miki Breier, que começou a negociar pessoalmente com o executivo ainda em abril deste ano.
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A idéia inicial da direção da empresa era investir em Guaíba, mas Cachoeirinha, onde a Vital já tem um ponto comercial, entrou no vácuo da demora provocada por entraves ambientais na área escolhida no município vizinho. A negociação envolveu a Koch Metalúrgica, que transferirá sua produção para uma área menor no próprio Distrito Industrial e vendeu parte de sua estrutura para instalação da fábrica de pães, num espaço de 13 mil m² de área construída em um terreno de 40 mil m². O planejamento estratégico da Vital prevê uma produção cinco vezes maior que a fábrica atual, na zona norte de Porto Alegre, além da ampliação de 17 lojas, hoje concentradas na região metropolitana e cidades do interior, para 50 em toda região sul do Brasil.
– Já começaremos a adaptar a estrutura e esperamos estar operando em seis meses. Optamos por Cachoeirinha porque a área também permite expandir ainda mais no futuro – projeta Paulo Eduardo Wasielewski, que observou a logística privilegiada do município, próxima a Capital e cercada pela BR-290 e pela RS-118, vias de acesso ao escoamento da produção na região metropolitana.
– O que garanto é que o melhor pão gaúcho será feito aqui – diz o empresário, que manterá os investimentos na produção de bisnaguinhas sem conservantes, tecnologia na qual Vital é pioneira.
– Estamos na contramão das empresas do setor, trabalhando para ter pães com o mínimo de conservantes possíveis. Enquanto a concorrência quer produzir pães com um maior prazo de validade, o que aumenta os conservantes de seus produtos, mais da metade da nossa produção de pães da empresa é da linha integral. Como se trata de um alimento consumido principalmente por crianças, optamos por trabalhar em um produto o mais natural possível – faz a propaganda.
Além do retorno em ICMS, ainda calculado pela secretaria da fazenda, a boa notícia é a geração de empregos. São projetadas 700 vagas em três anos. O prefeito revela que o governo estuda um programa de incentivos para criação de empregos que se estenderá a outras empresas já instaladas em Cachoeirinha.
– Estudamos uma redução no IPTU conforme empregos gerados, não só para a Vital, mas por quem já gera emprego aqui.
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Miki, que lembra também a confirmação da vinda dos franceses da Valeo, com faturamento projetado em R$ 130 milhões em cinco anos e geração de 150 empregos, a Alfa Transportes, que estima até 500 empregos em um investimento de R$ 50 milhões até 2020, além da retomada de investimentos da Souza Cruz, ainda não desistiu da negociação com a Havan. Na visita que fez à matriz em Brusque, Santa Catarina, o prefeito recebeu uma promessa do polêmico Luciano Hang de que vai visitar Cachoeirinha e não exclui o município do radar para instalar sua estátua da liberdade.
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– Passada a incerteza da eleição, com simpatias e antipatias, a economia parece reagir. E quando a economia vai bem, Cachoeirinha é privilegiada pela logística. Esperamos um 2019 muito melhor – torce Miki.
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