opinião

A briga do momento na Câmara é uma bobagem

Adaptação da arte de Rubens | The Battle of Anghiari

Nem curada a ressaca eleição, a base do governo começou a rejeitar praticamente todos os requerimentos apresentados pela oposição na Câmara de Gravataí.

A justificativa é de que são pedidos de obras e serviços que, ou já estão sendo feitos, ou constam no cronograma da Prefeitura.

Sem entrar nas razões, esquerdas ou direitas, debatidas por horas sob o gelado ar condicionado das duas últimas sessões da Câmara, quem conhece o processo legislativo sabe que essa polêmica é uma grande bobagem.

Os requerimentos não são impositivos como as emendas parlamentares feitas pelos deputados federais, que depois de muita barganha são inscritas no Orçamento da União e, às vezes, pingam nos cofres dos municípios. Em outras palavras, grosseiramente: o governo do momento só atende os requerimentos se quiser.

E em sua maioria são pedidos mínimos como troca de luminárias, recolhimento de lixo, saibro e outras reivindicações feitas pela comunidade aos gabinetes ou garimpadas pelos vereadores que não são bissextos nos bairros e vilas.

É a parte ‘despachante’ do expediente parlamentar, hoje bem agitada via facebook, mas que, por raramente resolver os problemas centrais da cidade ou da vida das pessoas, por si só não transforma o campeão de requerimentos da semana no próximo presidente da República.

Se o medo dos vereadores do governo é perder a ‘paternidade’ das obras e serviços, basta fazer essa disputa pessoalmente junto aos moradores beneficiados. Além da rara oportunidade de desmascarar uma verdade que não aconteceu, serviria aos parlamentares como um bom momento para falar sobre o que o governo já fez e apresentar os planos para os próximos três anos e meio.

Evita muita correria às vésperas de eleição.

Brigar por requerimento, além de atentar contra a natureza ao gastar luz discutindo até mais tarde nas sessões do legislativo, parece ir contramão ao discurso ‘paz e amor’ feito pelo prefeito Marco Alba (PMDB) na campanha e após a reeleição.

Se não for a tática do policial malvado e o bonzinho, é um ruído que se ouve como flauta entre a sinalização do governo de superar o clima de guerra vivido pela cidade numa campanha eleitoral de sete meses e uma inútil briga de beleza na Câmara.

O Google credita a Joseph Joubert a célebre frase:

– Em política, sempre é preciso deixar um osso para a oposição roer.

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