política

A Câmara de Gravataí anda muito mi-mi-mi; Ulysses se remexe no fundo do mar

A Câmara de Gravataí é a mais barata e uma das mais produtivas do Rio Grande do Sul, mas anda muito mi-mi-mi. A cada sessão é uma ameaça de colocar vereador na comissão de ética por “quebra de decoro parlamentar”. Reputo um comportamento perigoso, um símbolo ruim em um momento em que o deprimente da república e seus capachos mi-mi-militares ameaçam a democracia.

Pelo grupo de WhatsApp dos vereadores reuniões da comissão de ética já foram marcadas e nunca aconteceram. Na instalação da comissão alertei, em Clube de Amigos da Câmara de Gravataí: ’Vossa Excelência lave a boca!’; Do ’caguei para CPI’ à ameaça e cassação de vereadores, para os riscos de um tribunal de exceção, uma ditadura da maioria.

Na sessão de quinta-feira, pareceu-me uma ameaça feita pelo presidente Alan Vieira (MDB) a Fernando Deadpool (DEM), por algo que o vereador falou supostamente fora do plenário.

– A comissão de ética é um julgamento político. Aqui há reis nisso, que no passado já fizeram valer isso aqui na Câmara. Não é uma ameaça, mas terei que tomar medidas se comportamentos não mudarem. O senhor está destoando com sua prepotência e arrogância quando é contrariado – disse o presidente.

Se não é ameaça, tem cara de gato, orelhinha de gato, bigodinho de gato, mas no fim é um porco espinho todo quebrado, confessando que é gato, tirado do mato pela PM.

É obvio que Alan se referiu à cassação da prefeita Rita Sanco (PT) e do vice Cristiano Kingeski (PT) em 2011, sem nenhuma denúncia comprovada, no que chamo inconstavelmente de golpeachment.

Salvo engano, não entendi a polêmica.

Assisti e revi a sessão e não testemunhei nenhum comportamento que evidenciasse quebra de decoro. Parlamento é para parlar, perante a Constituição vereadores são invioláveis na tribuna e, também, tem direitos como todo cidadão de usar seus perfis no Grande Tribunal das Redes Sociais.

A Justiça comum é o fórum para ofendidos, não uma comissão de ética com maioria circunstancial.

É perigoso para os próprios políticos. “Não há noite que dure para sempre” (Ap 21.4,27). A História recente mostra. Lula era rei virou presidiário. Bolsonaro de mito vira pária. Em Gravataí Daniel Bordignon, que já foi ‘Grande Eleitor’, vive um ocaso.

Ao fim, está chato esse mi-mi-mi. Em 25 anos de cobertura política já vi pegas memoráveis e, injustificável, até pessoalíssimos jabs e cabeçadas de discurso e prática no calor dos debates. 

Se alguém julgar que houve quebra de decoro, que apresente denúncia, e não só ameaças em plenário ou grupo de whats. Câmara não é um Clube de Amigos. Oposição ajuda governo. Será didático observar o julgamento público sobre o que vereadores vão considerar 'quebra de decoro', quando se flagra país afora malfeitos, roubos e rachadinhas em parlamentos.

Reputo que, se algo de lamentável houve na última sessão, em que, na superstição popular, logo na abertura um copo quebrado anunciou o mau-agouro, foi o PM Claudecir Lemes dizer que o Brasil ficaria bem com os militares.

Vereador, os mi-mi-militares já estão no governo, e estamos na fila do osso!

Dos Grandes Lances dos Piores Momentos, o policial aposentado usou o espaço como líder da bancada do MDB, partido que lutou contra a ditadura e a favor da democracia.

Enquanto Ulysses se remexe no fundo do mar, a deputada estadual Patrícia Alba, uma defensora de demoracia, também não há de concordar pelo que observo se suas manifestações na Assembleia Legislativa e em redes sociais.

 

Assista à sessão

 

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