O PDT de Gravataí não se acerta. Postagens 'de rosas e espinhos', no Grande Tribunal das Redes Sociais, mais uma vez confirmaram isso na sexta-feira, como já tinha tratado em artigos como Um partido em chamas.
O vereador Bino Lunardi (PDT) visitou o prefeito pedindo a instalação de uma nova praça em terreno ao lado do Posto de Saúde São Judas Tadeu, em seu reduto eleitoral, o Parque Florido, e Luiz Zaffalon (MDB) já encomendou um “estudo de viabilidade”.
No mesmo dia, Anabel Lorenzi, nomeada pela direção estadual como presidente da comissão provisória que comanda o partido na aldeia, divulgou nota reforçando a estada na oposição.
Horas depois, Dilamar Soares, outro vereador do partido e ‘mentor’ de Bino, postou visita de Josué Bitelo, um dos suplentes.
Siga a íntegra da nota assinada por Anabel e, abaixo, sigo.
“…
O PDT (Partido Democrático Trabalhista) de Gravataí tem uma longa tradição de participação nos pleitos municipais. Em praticamente todas eleições apresentou à população gravataiense candidatura própria à Prefeitura. Em 2020 não foi diferente. Além da nominata completa de candidatos a vereador e a vereadora, o que garantiu a eleição de três cadeiras no legislativo municipal e a segunda maior votação na eleição proporcional daquele ano, o PDT apresentou um Programa de Governo apontando para uma Gravataí com menos desigualdades sociais, mais investimentos nas áreas sociais e, portanto, um município com mais qualidade de vida. O referido Programa foi posto para apreciação do eleitorado do município através da chapa majoritária composta pela candidata a prefeita e pela candidata a vice-prefeita, duas mulheres integrantes do PDT também.
Nosso projeto não foi vitorioso; porém, o resultado deixou claro que devíamos nos manter na oposição já que o programa vencedor tem diretrizes muito diferentes e distantes daquilo que acreditamos ser o melhor para o município. Neste sentido, a Comissão Provisória do PDT Gravataí, em reunião ordinária no dia 02 de agosto do corrente ano, decidiu, por unanimidade, manter este posicionamento político em relação à administração do MDB em Gravataí, ou seja, permanecemos como OPOSIÇÃO ao governo municipal. Qualquer manifestação diferente deste posicionamento não representa o Partido, mas, sim, uma opinião estritamente pessoal.
…”
Ao fim,traduzindo para quem não vive Gravataí como a Capital do Mundo, e a Câmara como o Congresso Nacional, o PDT tem 3 vereadores, dois alinhados ao governo e um à oposição, mas como sigla grita alto – mesmo que seja para se convencer – de que é oposição.
Para exemplificar com votos Os Grandes Lances dos Piores Momentos, além de Bino e Dila terem aprovado a reforma da previdência, o que os transformou em 'tábatas' para a esquerda do partido, o primeiro também votou favorável aos R$ 5 milhões repassados à Sogil para manter as tarifas congeladas e indenizar por perdas do transporte coletivo na pandemia.
A memória da aldeia lembra que o PDT experimenta o mesmo que nos anos 2000, quando, na contramão do resultado das urnas, alguns aderiram ao popular governo de Daniel Bordignon (PT), outros não.
À época, Claudio Pereira se tornou até presidente da Câmara, o que pode acontecer com Dila em 2022, como ‘reconhecimento’ do governo ao voto favorável dele, e de Bino, à reforma da previdência de Gravataí.
Se não houver ‘golpe’, em menos de 90 dias o grupo de Anabel, e do vereador Thiago De Leon, junto a 'históricos' como José amaro Hilgert, vai disputar eleição para presidência com Dila e Bino, que dizem ter apoio dos suplentes aos legislativo na última eleição.
Quem ganhar precisará preparar o partido para ter candidatura a prefeito, vice e/ou nominata de candidatos à vereador em 2024. O outro lado vai cruzar os braços. Ou olhar de longe, de outra sigla.
No passado não sobrou quase nada.
Lembrou-me uma millôriana que dizia que "o caminho do inferno já não está mais calçado de boas intenções; o diabo mandou refazer o calçamento com o patrocínio da Coca-Cola".
Aguardemos como se repetirá a história.
Fato é que, se o PDT esteve em chamas no passado sob o rastro da estrela do PT, hoje é a chaminha do logo do MDB que precipita a incineração.
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