A arquitetura da chapa dos sonhos de Marco Alba para disputar a sucessão em Gravataí começa a tomar forma.
É Luiz Zaffalon (MDB) a prefeito e Dr. Levi (Republicanos) a vice.
– Dizem que sou Candidato a Candidato a Prefeito. Contra aqueles gigantes do MDB…MUSCULAÇÃO 3X por semana. Além da intelectual, vá que tenha prova física. Dá-lhe Zaffa kkkkk – brincou, falando verdades, o próprio secretário, em post em seu perfil no Facebook que você lê clicando aqui (e cuja imagem ilustra este artigo), um dia antes de aparecer ao lado de Marco no aniversário do vereador Roberto Andrade (PP), no Figueirense.
Zaffa é um antigo preferido. É um amigo fiel por mais de três décadas e braço direito de Marco no partido; no secretariado do governo Yeda Crusius; na presidência da Corsan; no governo interino de Nadir Rocha quando tinha ‘caneta com tinta de prefeito’; no governo tampão de Acimar da Silva e sempre um ‘gerentão’ ou colaborador de bastidores nos governos do atual prefeito, como tratei em artigos como Zaffalon volta ao governo de Gravataí; é nome para prefeito em 2020.
Dr. Levi, apesar de sempre aparecer na frente de Zaffalon nas pesquisas de monitoramento feitas por Marco (e que sempre incluíram o nome do ‘gerentão’), enfrenta resistências para entrar no MDB e, o principal: a família não quer que concorra a prefeito. Além dos efeitos sempre imprevisíveis de uma campanha na imagem (já foi chamado pelo colunista Chico Pereira de ‘Dr. Nemvi’), e no bolso dos candidatos, restou um trauma familiar por Levi ter se acidentado no comitê durante a campanha de 2016.
Falar em campanha próximo aos familiares de Levi é recordar a queda de dois metros que fez com que o médico corresse o risco de perder o movimento da mão esquerda, com a qual opera.
– Sou candidato a prefeito, mas estou estudando uma forma de continuar operando em caso de eleição – revelou o próprio Levi, em reunião com pré-candidatos em sua Clínica Millenarium, cujos bastidores tratei no artigo Dr. Levi confirma candidatura a prefeito; do Marco Alba?.
Como vice, Dr. Levi não precisaria abandonar sua vocação. Talvez nem os contratos que sua clínica tem com a Prefeitura. E nem sair do Republicanos, o que demandaria um ‘dízimo político’ aos pastores que comandam o partido cujo sobrenome é ‘Igreja Universal do Reino de Deus’, como tratei em O ’dízimo político’ para Dr. Levi ir para o MDB, Dr. Levi confirma candidatura a prefeito; do Marco Alba? e Vereadores de Gravataí sob assédio; Operação Dr. Levi..
Pela longevidade no MDB, Zaffalon inibe a obsessão de Jones Martins por propor uma prévia caso Dr. Levi fosse filiado ao partido, como tratei em Voto secreto deve incendiar ’prévias’ no MDB de Gravataí; o prazo do Dr. Levi. O outsider, que nunca disputou uma eleição, já foi presidente da sigla e aparececia como um tertius, o que também já tratei em Cenários malucos que mudariam eleição em Gravataí; tertius gaudens.
– Tu já ouviu da minha boca que o Levi é o candidato? Ainda não, né? – Marco Alba perguntou e ele mesmo respondeu ao menos para Nadir Rocha, em uma das conversas individuais que tem feito com vereadores mais próximos a Jones.
O decano vereador, ‘camerlengo da sé vacante’ por prefeito interino em 2011 e 2017, já tinha criticado uma filiação e candidatura de Nadir, na entrevista ao Seguinte: Nadir não quer Dr. Levi para prefeito; ’somos todos incompetentes no MDB?’..
Marco Alba, como sempre escrevo, é um ‘Grande Arquiteto’ da política. Se confirmar as articulações:
Segura Dr. Levi a seu lado, já que uma candidatura do médico pela oposição seria desastrosa para o governo, como foi em 2016, quando ele, Marco, perdeu para Daniel Bordignon e, no pleito suplementar com a anulação da eleição, precisou retomar a aliança com Levi e venceu Rosane Bordignon por 4 mil votos.
Apresenta um veterano do partido, desmontando a narrativa de Jones de que o MDB ‘importar’ um prefeiturável seria uma confissão de fragilidade do partido e do governo; e alguém com preparo para o debate, como já analisei em Zaffalon não sabe mentir; os gestores de 1,99.
Zaffa é um outsider: apesar de ter ocupado altos cargos públicos, nunca concorreu, o que muitos avaliam como uma vantagem em tempos em que o mau humor do eleitor permite aos políticos nada além da presunção de culpa.
– Nesse momento, há três características que se destacam e se mostram como basilares para alguém que quer ser prefeito de uma cidade, que são: capacidade de gestão, honestidade e atitude – escreveu em artigo a cientista política Elis Radmann, fundadora do IPO – Instituto Pesquisas de Opinião, há 23 anos na análise e marquetagem política e responsável nos últimos sete anos por levantamentos de acertos, erros e popularidade do governo de Gravataí.
Cabe em Zaffalon a tríade receitada por Elis, uma das – poucas – pessoas que Marco Alba consulta, como tratei em O próximo prefeito de Gravataí por quem Marco Alba ouve.
Ao fim, caso não seja tudo uma artimanha para preservar Dr. Levi do 'fogo amigo e inimigo', chegamos ao principal: o ‘confirma’ na urna. Zaffa não é um poste intelectual, mas é um poste político. Marco Alba, além de ‘Grande Arquiteto’, estaria apostando na aprovação do governo e na sua popularidade para eleger o sucessor.
Em caso de vitória, seria, como foi Daniel Bordignon no passado com Sérgio Stasinski e Rita Sanco, o ‘Grande Eleitor’ de 2020.