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A chapa ’imbatível’ na nova eleição de Cachoeirinha e os prováveis candidatos

Gabinete do Prefeito, em Cachoeirinha | Foto GUILHERME KLAMT

Ex-prefeito entre 2000 e 2008, José Stédile (PSB) pode ser candidato à Prefeitura de Cachoeirinha na eleição suplementar, que ainda não tem data marcada pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) após a cassação de Miki Breier (PSB) e Maurício Medeiros (MDB) por abuso de poder econômico e político na campanha eleitoral da reeleição do prefeito e vice, mas deve acontecer ainda no primeiro semestre deste ano.

A articulação, que envolveria Dr. Rubinho (União Brasil), segundo colocado em 2020 e favorito por ter perdido a eleição por apenas 318 votos, seria manobrada pelo também ex-prefeito Vicente Pires, amigo dos dois e, com a bênção de Stédile, seu ‘Grande Eleitor’ para chegar à Prefeitura em 2008 e 2012, apoiador da candidatura do advogado contra o ‘inimigo interno’, Miki, em 2020, o que chamei de 'novo capítulo da série Netflix ‘Eu Odeio Miki' em Os ’anti-Miki’; silêncio de Stédile grita.

A proposta seria Stédile ser o candidato a prefeito e Rubinho vice, ou indicando a candidatura a vice, que poderia ser Jack Ritter (Cidadania), sua companheira de chapa na última eleição. Os ex-prefeitos Stédile e Vicente apoiariam Rubinho como candidato a deputado estadual na eleição de outubro.

É uma aliança considerada ‘imbatível’, ao menos no meio político, mas considerada de difícil montagem, já que Rubinho goza de favoritismo e tem em seu União Pelo Brasil o partido com mais dinheiro no país, o que deve garantir mais recursos na campanha do pleito suplementar.

Fato é que a eleição começou nos bastidores.

Cristian Wasem, presidente da Câmara que assumiu como prefeito interino, já disse ao Seguinte: em sua posse que quer ser candidato, e você assiste em Assista em vídeo: Cristian Wasem toma posse como prefeito interino de Cachoerinha até nova eleição; ’Mais paz, menos guerra política’.

Enfrentaria dentro do MDB o vice eleito, e prefeito em exercício cassado, Maurício Medeiros, que diferentemente de Miki não foi condenado a inelegibilidade de 8 anos e pode disputar a eleição suplementar.

Além da caneta, mesmo que por um tempo curto, Cristian também tenta seduzir parte dos vereadores propondo um governo ‘parlamentar’ e tem uma moeda valorizada na política: como agora assumiu a Prefeitura, se eleito não poderia concorrer à reeleição em 2024.

Maurício tem – ainda – a maioria no partido, mas enfrenta o desgaste de ter sido cassado, além de vice reeleito de Miki, que segue sob velório político desde as denúncias de corrupção apontadas pelo Ministério Público nas operações Proximidade e Ousadia, que levaram a seu afastamento pela 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça.

Terceiro colocado em 2020, o Delegado João Paulo (PP) é apresentado nas redes sociais, por seus apoiadores, como um ‘outsider’, uma alternativa para tirar a Prefeitura do cativeiro que é mantida por vereadores, hábeis em sequestrar quem senta na cadeira sob ameaça de CPIs, impeachments e negociações cargo a cargo, e voto a voto, em projetos enviados ao legislativo.

O problema é que alianças necessárias para a eleição podem derrubar esse ‘mito’ de candidato que é apoiador da reeleição de Jair Bolsonaro e da candidatura do senador Luiz Carlos Heinze ao Palácio Piratini.

O Delegado já teria recebido sinal do veterano vereador Deoclécio Melo (Solidariedade), aliado aos governos Stédile, Vicente, Miki e Maurício, até sua filha, Aline, ter saído do secretariado denunciando suspeitas sobre contratos no governo.

Uma parceria seria o fim do discurso ‘anti-política’.

Uma candidatura do vereador e presidente da comissão do impeachment, David Almansa (PT), também é possível. Foi o parlamentar mais votado em 2020 e, além de poder se apresentar como oposição de verdade, por ser o único a não ter cargos ou relações com os últimos governos, seria o ‘candidato do Lula’.

Há ainda os nomes, mais cotados para compor como vice em alguma chapa, da ex-presidente da Câmara, Jussara Caçapava (Avante); dos vereadores Paulinho da Farmácia (PDT) e Felisberto Xavier (PSD), e de Nerisson Oliveira (Republicanos), com apoio do vice-presidente da República, general Hamilton Mourão.

 

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Ao fim, como é característico da política, inimizades se estreitam na mesma proporção da chegada do dia da nova eleição e da reabertura do mercado das esperanças eleitorais.

Concluo, mais uma vez, com tristeza por esse ontem que já dura dois anos.

A cidade resta parada. Enquanto grupos políticos e econômicos, e facções criminosas, articulam-se para tomar – ou retomar – a Prefeitura de assalto, o povo espera lá no fim da fila, aguardando os próximos vendedores de esperança.

Esse contágio de denúncias, suspeitas de corrupção, toma-lá-dá-cá de CCs, essa imagem que fica de cidade de bandidos, onde política e polícia se misturam, lembra-me uma de 1981, do Millôr: “Corrompa-se enquanto ainda é bem jovem. Senão vai se arrepender, como eu, que já perdi a oportunidade. Hoje teria que aguentar todo mundo comentando: “Mas até o Millôr!”.

Pobre Cachoeirinha!

 

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