É simbólica a postagem do filósofo Robertinho Teixeira, mais famoso cabelereiro e uma das pessoas mais queridas de Cachoeirinha.
– Entre o fascismo e a democracia, a escolha é facílima. Essa é a primeira atitude dos democratas de verdade. As outras lutas, e serão tantas, seguirão o curso devido dentro do real Estado de Direito Democrático. A fatura precisa ser liquidada, já!, no primeiro turno – postou em seu perfil no Facebook, com a foto que ilustra este artigo.
Reputo um símbolo porque o Robertinho não é petista, nem lulista; mas é um intelectual social democrata cristão, formado nos anos 80 na Teologia da Libertação.
Foi, ao lado de outra personalidade da cidade, Volnei Gomes (em memória), secretário do falecido prefeito Francisco Medeiros (MDB) e uma das cabeças que construíram o PSDB de Cachoeirinha nos anos de ouro do partido, em que Fernando Henrique Cardoso, na herança de Itamar, estabilizou a inflação com o Plano Real e depois governou o Brasil.
Inegável é a coragem de Robertinho, que, apesar de trabalhar muito mais por gosto do que por necessidade, é um comerciante; e pode desagradar clientes. Mas, preocupado, se posiciona neste momento em que a democracia brasileira está sob ataque.
Sim, estamos à beira de um golpe de estado, um alçapão no fundo do poço da Venezuela – com gasolina cara – que nos tornamos.
Na última live Al-Qaeda, o deprimente da república cometeu o absurdo de dizer que contrataria empresa para auditar a eleição, não depois, mas antes de acontecer. Enfim, privatizaria a eleição, deslegitimando o TSE, ao arrepio de qualquer artigo da Constituição, com o cliente, Jair Bolsonaro, cobrando do contratado, a tal empresa, o resultado que contraria todas as pesquisas – o de que ele vencerá a eleição.
O pior é testemunhar militares de patentes mais altas batendo continência para um arruaceiro, um mau militar, que Geisel chamou de ‘bunda suja’; e, agora, travestidos de hackers de urnas eletrônicas, quando não conseguiram comprar vacinas na pandemia e distribuíram cloroquina para o povo, enquanto alguns, para vergonha do Exército Brasileiro, com dinheiro público, empregavam-se e a parentes no governo federal, comiam picanha e encomendavam viagra e paus postiços.
Fato é que um golpe é possível, mas não estamos em 64 e o ‘comunismo’ é uma piada só levada a sério por napoleões de hospício, tiozões e tiazonas do zap. Não duraria a ‘intervenção militar’, mas o custo seria mais miséria – e sangue, com o Brasil transformado numa República de Bananas isolada no mundo.
Até a CIA, dos fiadores do golpe de 64, já avisou que os tempos são outros e meteu um ‘milicos golpistas go home!’.
Ao fim, saúdo o gesto corajoso de Robertinho.
A escolha nunca foi tão fácil. É um ‘apesar de você amanhã há de ser um novo dia’ ao golpista e ‘bem-vindo’ Lula, ou o(a) presidente(a) que for, desde que respeite a democracia.
E, se Lula ganhar, como indicam as pesquisas, bora criticá-lo no que fizer errado, ou naquilo que com os seus errar de novo. Mas com a segurança de que, a cada 4 anos, o sagrado voto estará à nossa disposição, e nossa democracia de 33 anos chegará à maturidade; e além.