Luiz Zaffalon curtiu a postagem do Correio Braziliense “Moro se lança ao Planalto como anti-Lula”. O lançamento à Presidência da República está marcado para o dia 10, pelo partido Podemos.
– Vais de Moro? – perguntei, enviando o print em mensagem de WhatsApp.
O prefeito de Gravataí respondeu:
– É cedo. Ele foi maravilhoso no início ao botar aquela ladroagem toda na cadeia, driblar as chicanas que sempre salvaram os poderosos, trazer muito dinheiro de volta aos cofres públicos, desmascarar aquelas quadrilhas… depois fez umas bobagens inaceitáveis. Deve aparecer outras opções. É cedo.
Sua sigla ainda não tem candidatura oficial e, como é característica da ‘federação de partidos’ que é o “velho MDB de guerra”, políticos circulam entre diferentes lados da ferradura ideológica, de Lula a Bolsonaro, estacionando na terceira via.
Marco Alba, ex-prefeito e ‘Grande Eleitor’ de Zaffa, segue com seu pragmático ‘poquer face’.
Já a esposa Patrícia Alba, deputada estadual, lançou a senadora emedebista Simone Tebet como candidata à Presidência, como reportei em Patrícia Alba lança estrela da CPI da Pandemia à Presidência da República, com um manifesto que dizia que "em meio à polarização promovida pelos extremos, que encurrala a maioria silenciosa dos brasileiros – aquela que não é nem um, nem outro – para uma verdadeira “escolha de Sofia”, ainda é possível acreditar em um caminho que nos ofereça uma nova política, na qual o principal objetivo do processo passe a ser o bem estar do cidadão".
A internet 2.0 relembra a simpatia de Zaffa por Moro. Em 24 de abril, dia em que o ex-juiz saiu do Ministério da Justiça, e quatro meses antes de ser lançado candidato por Marco, o atual prefeito postou, com foto do demissionário:
– Tchê lá atrás, antes do Mito, tu já era herói nacional. Olha quem tu botou na cadeia e mudou as perspectivas do nosso futuro. Pra mim, nada mudou. Vai descansar… que já estão quase todos soltos. Acho que vamos precisar de ti. Por enquanto, obrigado.
Na entrevista ao Seguinte: sobre o primeiro semestre de governo 6 meses de governo: O sincericídio de Zaffa em vídeo; Os feitos, os planos e polêmicas como IPTU, Sogil, Corsan e mais, quando perguntei onde se colocava na polarização nacional, Zaffa disse assim:
– Não sou nem contra, nem a favor de ninguém, tiro o que for de bom. Governo Bolsonaro tem umas coisas muito boas, do ponto de vista de infraestrutura, de agricultura, ministros que ele escolheu que são bons, adoro o trabalho desses caras. Agora não entrou nessa de me apaixonar por uma ideia. Ah, o Bolsonaro é meu líder o que ele me disser eu sigo? Não. Espera aí um pouquinho, eu tenho condição de pensar. Isso também serve para o lado do Lula. Lula é ex-presidiário, fez um monte de palhaçada, não é meu ídolo, jamais vai ser, nem o Bolsonaro é. Estou esperando uma proposta para o governo, uma proposta boa para o Brasil. E o Brasil precisa de uma proposta boa, de mais transparência, mais voltada para o país. Eu sou de direita, eu acredito na iniciativa privada, na eficiência da iniciativa privada, eu vou por aí. Se aparecer alguém com esse discurso, tamo junto. Eu não polarizo nem para um lado, nem para o outro.
Ao fim, reputo incontestável que entre Bolsonaro e Lula, Zaffa é Moro – o cada vez mais político que, para uns é herói nacional, para outros é ‘traidor’ ou ‘juiz ladrão’; e, para mim, tem como melhor definição a do jornalista gaúcho Guilherme Macalossi, de que é a "segunda via do bolsonarismo".
Na mensagem o prefeito também indica a leitura de “A organização: A Odebrecht e o esquema de corrupção que chocou o mundo”, da jornalista Malu Gaspar.
– Este livro mostra muito da podridão que é nosso país – resume.
Já li e associo-me a Zaffa. "Podridão de nosso país", não exclusivamente de uns ou de outros. Inclusive recomendo leia todo político antes de acender a Lanterna de Diógenes, porque os fatos, aqueles chatos que atrapalham argumentos, mostram que o ‘suspeito’ não está somente na mesa ao lado.
Moro não gosta muito, mas também deveria ler.
Assista o que Zaffa disse ao Seguinte: em 26/7/2021