SAUL TEIXEIRA

A desistência de Marcelo Marques e as lições para a dupla Gre-Nal

Para o gremista que sonhava com um futuro de glórias sob a liderança empresário Marcelo Marques, a carruagem virou abóbora antes mesmo da meia-noite. O conto de fadas transformou-se, lamentavelmente, em canto da sereia. Que saibamos colher as lições do episódio, sobretudo na nossa província dividida entre o azul e o vermelho.

A saída do pré-candidato ocorre justamente num período onde o futebol debate a necessidade intransferível de novas receitas. A supremacia esmagadora do Flamengo, que recentemente fez 8 a 0 na Liga Nacional, é a gota mais recente nesse oceano de euros, dólares e minguados reais — da nossa parte, claro!

Quem não tiver dinheiro, seguirá perdendo competitividade. Que venham as SAF’s ou os demais investidores externos. Existe um Plano B? Não sei. Mas suplico: não acreditem em salvadores da pátria, mecenas ou bilionários “apaixonados” por seus clubes – gremistas ou colorados. Por mais bem-intencionados que pareçam.

Precisamos profissionalizar todas as estruturas do futebol, a começar pelas categorias de base — que podem revelar grandes jogadores e, futuramente, garantir retorno técnico e financeiro. Pode ser uma das alternativas ou ao menos uma luz no fim do túnel das lamentações, né?

Outra: a direção dos clubes precisa ser ocupada por pessoas que conheçam do riscado. Gostar de futebol é beeeem diferente de entender. Também por isso a dupla Gre-Nal tem comido o “Pão que o Diabo Amassou” ultimamente.

“Eu nunca fiz parte da vida política do clube. Nunca fui convidado, mas também não aceitaria”, disse em outro trecho da entrevista. A vida é cruel, Marcelo. Não basta “doar” R$ 145 milhões ao Grêmio. Seria preciso ter “sangue frio” e saber jogar o jogo. Ninguém é unanimidade. Uma coisa é o torcedor, outra é o sistema enraizado em toda e qualquer instituição.

Muitos tricolores acreditam que o Grêmio viraria um Real Madrid nas mãos do empresário bem sucedido. Ainda mais depois que ele disponibilizou recursos para a “contratação” de Roger Guedes. Para justificar a “desistência”, Marcelo se embasou também nisso. Mas, no fim, o que pesou mesmo deve ter sido a realidade empresarial: “Não posso me afastar dos meus negócios (sob pena de perder dinheiro)”, disse ele, mais ou menos assim.

O futebol é um grande business, amigos e amigas! Ninguém compraria um estádio sem ter como recuperar o investimento. No mundo das cifras, do mercado, das tarifas, dos juros e da correção monetária, é algo natural, corriqueiro e LEGAL. Mas, sendo presidente do clube seria MORAL?

Agora, esse impasse deixou de existir. Marcelo não precisa mais conviver com a “pulga atrás da orelha”. Livre da fronteira ética, seguirá fazendo o que sabe: cuidar da vida empresarial e do faturamento de seus negócios – entre eles, a “nova” Casa da Nação de 3 Cores!

Ele mesmo adiantou que segue à disposição para auxiliar como fazem outras personalidades do Estado com Grêmio e Internacional. Quem sabe será candidato daqui 10 anos, embora reconheça que perdeu algo que dinheiro do mundo nenhum compra: CREDIBILIDADE!

Ah, antes que eu esqueça! Uma notícia bombástica dessas merecia uma coletiva com os demais veículos de imprensa interessados, não acham? Mais um prova de que… Ser torcedor apaixonado não pode ser a principal credencial para quem sonha com a presidência de um clube.

É preciso bem mais trigo, água e, principalmente, fermento.

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