almoçando com a acigra

A despedida do Jones foi em casa

Jones apresentou a palestra Brasil, reformas e economia no Almoçando com a Acigra

Foi uma despedida jogando em casa. Jones Martins (PMDB) encerrou o mandato de um ano e dez meses na Câmara Federal defendendo, no Almoçando com a Acigra, as reformas trabalhista e previdenciária do governo Michel Temer (PMDB) – que conforme a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas são aprovadas por oito a cada dez empresários.

– Economia e política tem tudo a ver. Foi-se o tempo em que o empresário dizia: a política é coisa deles – abriu os trabalhos Régis Albino Marques Gomes, presidente da Associação Comercial, Industrial e de Serviços.

No salão lotado do InterCity Premium, boa parte do PIB de Gravataí: GM, Pirelli, Dana, Sogil, Shopping, Sindilojas, associações comerciais de Cachoeirinha, Alvorada e Viamão, Lions, Rotary, cinco ex-presidentes da entidade, profissionais liberais e políticos como o prefeito Marco Alba (PMDB) e a primeira-dama, Patrícia Alba.

– Eu e Patrícia, minha amiga desde a faculdade de Direito, já estivemos juntos em campanhas passadas e vocês nos verão muito ainda em campanhas futuras – sorriu, sobre a dobradinha que os dois farão em 2018 naquela que é a aposta do governo para ter representantes na Assembleia Legislativa e em Brasília.

 

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Suplente, Jones deixa o mandato nesta quinta, devido ao retorno de deputados que concorrerão em outubro e precisam se desincompatibilizar dos cargos de secretário estadual e ministro. E concorre à reeleição, já que o escolhido como ministro do Desenvolvimento Social, cargo para o qual estava cotado, foi Alberto Beltrame – seu ex-chefe no Ministério da Saúde.

 

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No centro do poder

 

– Brasília foi uma grande experiência. Já trabalhei no Ministério, mas na Câmara pude participar de decisões e momentos históricos para o Brasil. Consegui articular mais de 50 milhões em recursos para Gravataí. Pena que o momento político conturbado só permitiu ao governo aprovar uma das três reformas (trabalhista, previdenciária e tributária) que colocariam o país nos trilhos – disse, contando episódios de bastidores das horas seguintes à delação-bomba dos poderosos caipiras da JBS, que quase custaram a presidência a Michel Temer.

– Logo depois que o Jornal Nacional deu a notícia, participei de uma reunião seleta, onde estavam apenas cinco pessoas, e o presidente tranqüilizou a todos garantindo que as gravações não mostrariam nada de errado. Testemunhei a ligação feita ao ministro do Supremo Edson Fachin com o apelo para que fossem liberados os áudios, porque tinha a consciência tranqüila. É um brasileiro com compromisso com o país. Lamentável é que ali o baque no governo o fragilizou e começou a morrer a principal reforma, a da Previdência – contou o deputado que primeiro teve a coragem para defender, em um discurso no plenário, um presidente eleito para ser vice e que sofria pressão para renunciar.

 

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– O foco do governo passou da agenda econômica e reformista para a ação política no Congresso para evitar o impeachment. O presidente pensava o país para dez anos. As reformas garantiriam um crescimento entre 4 a 5% ano passado e outros 4 a 5% neste ano. O Brasil mostraria aos investidores compromisso com as contas públicas.

 

Brincando de rico

 

Insinuando que as denúncias feitas pelos açougueiros magnatas tinham sido armadas pelo PT antes de chegarem à Procuradoria Geral da República, Jones criticou os governos Lula e Dilma pelos gastos e o crescimento “voo de galinha”:

– Sem reformas, não há crescimento sustentável. Por 15 anos se incentivou o consumo para crescer, mas uma hora acaba o crédito e o poder de compra. Foram governos populistas, sem responsabilidade fiscal e que, pensando apenas em eleições, queriam dar tudo a todos – disse, citando R$ 229 bilhões gastos pela Petrobrás e o governo federal, entre 2003 e 2016, com Olimpíada, Copa do Mundo, repasses a ONGs e entidades, além de empréstimos e doações para pequenas repúblicas latino-americanas e africanas.

– Brincamos de rico.

 

O outdoor da falência

 

Apresentando números que mostram retomada dos empregos em janeiro e fevereiro, o que credita aos primeiros efeitos da reforma trabalhista que ajudou a aprovar para “modernizar uma CLT de 30 anos, que foi um cala-boca de Getúlio Vargas para garantir apoio dos sindicatos a sua ditadura”, Jones alertou para a necessidade da reforma previdenciária:

– Em no máximo três anos o Brasil vai quebrar, como a Grécia, que precisou reduzir salários de ativos e inativos em 25%. O déficit da Previdência é hoje de R$ 264 bilhões, dinheiro que poderia ser usado para creche, hospital… – calculou, comparando o problema do INSS com o Ipag, o instituto de previdência de Gravataí.

O até depois de amanhã deputado credita as críticas à reforma a desinformação e a reações corporativas, principalmente de categorias com altos salários no serviço público, tanto no executivo, como no legislativo e judiciário.

– Fui ‘homenageado’ com outdoor, cartaz no muro, mas pouca gente sabe o que é a reforma. Um dia, na porta do condomínio onde moro, a Paragem Verdes Campos, estacionaram dois ônibus, com carro de som de sindicato, protestando que eu estava ajudando a acabar com a aposentadoria dos trabalhadores. Desci do carro e perguntei a eles: como fechar a conta? Será que um trabalhador concorda com as grandes aposentadorias de um auditor, de um desembargador, de um promotor, de um juiz ou político? A proposta que o governo não conseguiu vender bem à sociedade limitava todas as aposentadorias a R$ 5.573 mil, com 65 anos para homens e 62 para mulheres, dentro da média mundial. E tudo garantindo direitos adquiridos, com regra de transição. Espero que o debate dos presidenciáveis trate disso, ou a grande maioria dos brasileiros vai pagar essa conta absurda para uma meia dúzia – advertiu, defendendo também a emenda constitucional que congelou os gastos do governo por 20 anos.

– A polarização política é tanta que nem no óbvio há consenso. Alguém em casa gasta mais do que arrecada? Por que o país poderia, então? O presidente teve coragem e responsabilidade. Não conseguiu fazer tudo o que queria, mas conduz o Brasil ao crescimento. Os sinais são bons, tanto que a economia não sofre o contágio da política como em outros tempos.

 

55 milhões para Gravataí

 

No encerramento, Jones fez um balanço do mandato, com a destinação de R$ 77 milhões em emendas para 43 municípios, principalmente da região metropolitana, R$ 55 milhões apenas para a Gravataí onde foi vereador por duas vezes, secretário da saúde e, em 2008, ficou em segundo lugar na corrida pela Prefeitura com 51 mil votos.

– Já comuniquei o prefeito que conseguimos prorrogar por mais um ano o R$ 1 milhão por mês que o Ministério da Saúde libera, há dois anos, como ajuda para atendimentos de média e alta complexidade.

Mas o grande legado para Jones é o início das obras do Hospital do Câncer, junto ao Grupo Hospitalar Conceição.

– Levei a idéia ao ministro Eliseu Padilha, que se sensibilizou e foi decisivo para a obra que hoje está entre as três prioritárias do Rio Grande do Sul e com emendas da bancada gaúcha que garantirão o início do atendimento em até quatro anos. É uma conquista para os mais pobres. Hoje a cada quatro pessoas que entram na emergência do Conceição, uma é diagnosticada com câncer.

 

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Opinião

 

Pelo menos até outubro Jones, que é especialista em direito administrativo e constitucional, vai advogar e se dedicar, num momento terrível para os políticos, a uma difícil campanha, já que recebeu 17.749 votos em 2014 e o último eleito pelo PMDB, Darcísio Perondi, 109.864. Jones é apaixonado por Brasília, mas sua obsessão é a Prefeitura de Gravataí em 2020. Com mais feitos, currículo, relações e estrutura, vai tentar a sorte focado principalmente em sair das urnas vivíssimo como candidato do governo a prefeito.

Nesta terça, ele mostrou que continua com uma sorte que o conduziu de terceiro suplente a deputado próximo ao centro do poder na capital federal: na sobremesa, com o número 77 ganhou o sorteio de um smartphone.

 

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A APRESENTAÇÃO COMPLETA

Para conferir os dados sobre as reformas trabalhista e previdenciária – e como será a reforma tributária – clique aqui.

 

Assista ao vídeo com entrevistas

 

 

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