GENTE

A festa em que André Boeira se despede de vocês – e promete contar tudo sobre Cachoeirinha

Personagem sui generis de Cachoeirinha, o jornalista André Boeira comemora os “trinta e uns anos” de carreira neste sábado, 25, na Sixty, dia em que completa 55 anos e vai anunciar um presente para a história do município onde nasceu: o pré-lançamento de um livro, uma publicação de luxo, com fotos, fatos e crônicas dos momentos e das pessoas marcantes com as quais conviveu em sua trajetória profissional como comunicador.

O título de capa, em inglês, Forever on My Mind – The Last Time, remete ao saudosismo melancólico dos TBT. Parte do que está guardado para sempre na mente do ‘Boeira’ será registrado, como garante, com a paixão e dramaticidade que lhe é característica, “pela última vez na forma impressa”.

– É o encerramento de um ciclo – conta o colunista e fotógrafo, reconhecido pelo trabalho em veículos que fizeram história nas últimas três décadas em Cachoeirinha, Gravataí e região metropolitana, como na Folha Regional, onde começou a trabalhar com comunicação em 26 de junho de 1992, e no Jornal de Cachoeirinha e o Correio de Gravataí, onde foi referência em sua área de atuação. 

Boeira apresenta o livro como uma despedida do colunismo social e também do jornalismo. Sua Sui Generis continuará como produtora, site, web rádio e tv. Instigando suspense, o profissional diz apenas que sua nova fase foca “abranger novos públicos e segmentos”. 

O lançamento do livro, com sessão de autógrafos e também na versão e-book, está previsto para o segundo semestre de 2024.

Mas voltemos à festa – já que festa combina com André Boeira.

Além do pré-lançamento do livro, o colunista e fotógrafo prestará homenagens a “30 mulheres admiráveis”, em coquetel restrito para convidados. A programação conta com artistas como o cantor Tom Amorim e o mágico Rochier Lendari. 

Nas altas horas, tem o ‘Festerê 5.5 do Boeira’, com show da banda Metamorfose e, nas ‘pick-ups’, os DJs Maumau e Charles Doeber, o Mago do Vinil.

Como conseguir um lugar na lista vip do Boeira? A reportagem não descobriu até o fechamento desta matéria.

– Entre tapas e beijos, fãs e hatears, o último colunista social do Vale do Gravataí sairá da cena escrita – descreve um amigo do comunicador, que, sorrindo, pede para não ser identificado para não ser ‘atacado’ por Boeira no Sui Generis, um dos grupos mais relevantes de WhatsApp da região pela gente influente que participa; boa parte em silêncio, sem comentar, mas sabendo de tudo.

Como sempre foi um cara de ‘dar notícia’, muitas exclusivas, Boeira compartilhou com o Seguinte: uma crônica que estará em Forever on My Mind – The Last Time.


Sui Generis, 1992

Muitas pessoas perguntam o que é “Sui Generis” e de onde surgiu o nome da coluna que já tem mais de 30 anos. Pois, tudo começou quando eu trabalhava na Cãmara de Vereadores assessorando o saudoso ex vereador Ruy de Souza Feijó (PTB), o Ferrinho. A cidade vivia um período eleitoral – Francisco Medeiros (MDB) x Valdecir Mucillo (PDT) para prefeito. O professor Ivo Pacheco (PTB) e Ana Fogaça (PT) eram os azarões. O então prefeito Gilso Nunes enfrentava desgastes com a CPI dos Açudes. Foi o voto de Ferrinho que salvou o ex prefeito de um impeachment, enterrando de vez a vontade da vereadora Ana Fogaça, que era cassar o prefeito. Medeiros venceu a eleição por uma margem pequena de votos. Ele havia renunciado ao mandato de deputado estadual para preservar o seu reduto eleitoral.

Nesta época eu estava sempre presente nas festas da cidade. O Piramid’s Bar e o Veranópolis estavam bombando. Foi quando o produtor de eventos Silvio Ely Alano (Cebinho), que assinava uma coluna famosa sobre festas na Folha Regional, decidiu parar de escrever para assumir de vez a produção de eventos e shows. A jornalista Nina, que era editora do jornal e fazia coluna social também queria alguém que continuasse escrevendo no espaço que ficou em aberto. 

O gerente comercial do jornal era o Anilson Quadros. Este encarregou o seu Aguirre, que fazia divulgação e produção das festas pela cidade, a encontrar alguém. Ele sabia da minha vontade de escrever para jornal. Aguirre fez a ponte com Anilson e acertamos para começar no dia 26 de junho de 1992.

Mas faltava o nome para a coluna. Eu não tinha ambições políticas e nem financeiras. Aceitei escrever de graça, pois era meu maior sonho escrever para um jornal e justo no mais tradicional. Em casa pensei diversos nomes e nenhum me convencia. Foi quando decidi colocar “Via de Fato”. Na época eu sequer tinha uma máquina de datilografia para redigir a coluna. Fiz a primeira escrevendo a mão mesmo. Foi quando cheguei na Câmara e mostrei o texto para a advogada Margareth Martiny revisar. De cara ela já fez um olhar de rejeição – “Via de fato”? –  Perguntou ela, com olhar de desgosto mesmo. Segundo ela entendia, precisaria ser um nome que soasse algo diferente e próprio. No mesmo instante ela pronunciou a palavra “Sui Generis”. E sugeriu que fosse esse o nome da coluna.

Eu não sabia o que significava. Aí ela me deu uma aula. Não muito convencido, ainda fui conferir no dicionário Aurélio para confirmar. A palavra soava bonita e tinha um significado próprio e relevante para o que eu pretendia fazer. 

– Sui generis é uma expressão em latim que significa “de seu próprio gênero” ou “de espécie única”. Representa a ideia de unicidade, raridade e particularidade de algo ou alguma coisa. No âmbito do Direito, esta expressão latina é bastante comum no sentido de reportar a singularidade e peculiaridade de determinada coisa. Assim, o sui generis consiste na descrição de um caso ou evento que nunca foi visto ou registrado antes. Uma infração penal sui generis, por exemplo, significa que a pena aplicada não é a mesma prevista no Código Penal para os crimes ou contravenções cometidas, sendo esta, após deliberamento jurídico, concebida única e particularmente para o caso em questão. Quando se diz, no ramo filosófico, que determinada pessoa é sui generis significa que é “especial”, ou seja, dotada de uma particularidade e peculiaridade que não é comparável a qualquer outro indivíduo. Entre alguns dos principais sinônimos de sui generis, destacam-se as palavras: diferente, característico, ímpar, único, singular, incomparável, próprio, particular, peculiar e original.

Quando entreguei o material para a jornalista Nina, a mesma também fez cara de desaprovação ao nome. Sugeriu modificar. Porém, o gerente comercial manteve, por interesse nos patrocinadores que indiquei a ele.

A coluna atingiu tamanho sucesso e logo passou a ter duas páginas no jornal. Foi revista. Virou marca registrada, coluna digital, nome de rádio e de site. Agora será eternizada em livro.

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