RAFAEL MARTINELLI

A grandeza de Alan e Paulo Silveira frente ao gigantismo da pauta anti-pedágio na RS-118

O Movimento RS-118 Sem Pedágio retomou atividades locais, durante reunião na Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Gravataí (Acigra) com o coordenador Darcy Zottis, que confirmou a presidente da entidade, Ana Cristina Pereira, como responsável pelo marketing da campanha, e teve a participação da deputada estadual Patrícia Alba (MDB).

Reputo a atividade também comprovou a grandeza dos vereadores Alan Vieira (MDB) e Paulo Silveira (MDB) perante o gigantismo da pauta, seja frente a necessidade ou não do pedágio, e/ou as múltiplas verdades do governador Eduardo Leite.

Fato é que os dois políticos gravataienses estarão unidos em uma única Frente Parlamentar na Câmara de Vereadores, superando uma barreira que parecia instransponível.

Para quem não leu em Mesmo que por nobres motivos, erra vereador Alan em criar frente contra o pedágio que já existe em Gravataí, reproduzo o que escrevi e, abaixo, concluo.

“(…)

Mesmo que pelos mais nobres motivos, reputo erra o vereador Alan Vieira (MDB) ao apresentar a criação da Frente Parlamentar Contra o Pedágio na ERS-118, quando já há uma frente metropolitana aprovada pela Câmara de Gravataí em 2021.

Cria um ruído político desnecessário; que já chegou ao grupo de WhatsApp do Movimento RS-118 Sem Pedágio.

O argumento do vereador é de que a frente metropolitana foi criada a partir de requerimento e, com sua proposta, institucionaliza a nova frente por Decreto Legislativo, respeitando o Regimento Interno do legislativo.

Cotejo como questionável a argumentação técnica, válida a argumentação política.

Vamos à técnica.

Mesmo que de direito possa ser questionada, a Frente contra o pedágio existe de fato.

O plenário, sempre evocado como soberano pelos próprios parlamentares, aprovou com 19 votos favoráveis o Requerimento 1130/2021, de autoria de Paulo Silveira (PSB), em sessão ordinária de 1º de junho de 2021, conforme relatório de votação da Secretaria da Câmara.

Alan era o presidente do legislativo. Há vídeo que o próprio vereador postou em atividade da Frente na 118, em 16 de julho de 2021, no qual apresenta como “presidente” Paulo Silveira, que já colheu 10 mil assinaturas em abaixo-assinado contra o pedágio.

Foi a Frente gravataiense inspiradora – e com a presença de seu presidente – da criação de frentes também nas câmaras de Cachoeirinha, Viamão e Alvorada.

Na Assembleia Legislativa, o deputado Tiago Simon (MDB) criou a Frente Parlamentar Estadual em Defesa do Movimento ERS-118 Sem Pedágio.

Tanto fez a frente de Gravataí que, reconhecido pelo presidente do Movimento RS-118 Sem Pedágio, Darcy Zottis, surgiu de sugestão de Paulo Silveira a elaboração de documento depois assinado pelos candidatos a governador, Eduardo Leite (PSDB) e Onyx Lorenzoni (PL), comprometendo-se a não pedagiar a rodovia.

O vereador gravataiense fez a proposta após Leite dar entrevista exclusiva ao Seguinte: garantindo que não instalaria praça de pedágio na 118; leia em EXCLUSIVO | Eduardo Leite diz que 118 não terá pedágio em Gravataí caso seja eleito e ‘Efeito Seguinte’: Leite e Onyx assinam documento garantindo que ERS-118 não terá pedágio em toda sua extensão; Leia o compromisso.

É o documento que mais pressiona o atual governador, como já tratei em Bomba! ERS-118 pode ter pedágio; O senhor é ‘sem palavra’, governador Eduardo Leite?.

Agora, vamos à política, onde são plausíveis os argumentos de Alan, cuja intenção confessa é fortalecer a frente e a pressão local e regional contra o pedágio.

O vereador reclama de Paulo, após a saída traumática da base do governo Luiz Zaffalon (MDB), evitar a condução da frente como uma pauta institucional e não apenas de mandato.

– Procuro o vereador, mas ele não aceita conversar – resume, admitindo inclusive a indicação de Paulo como presidente da nova frente, após devidamente institucionalizada com aprovação em plenário do Decreto Legislativo.

– Já sou presidente da frente parlamentar aprovada pela Câmara e aberta a todos os vereadores – argumenta Paulo.

Parece-me incontestável que uma frente parlamentar já opera desde 2021 e diferença alguma faz no objetivo de pressão política ser sua criação de fato ou de direito – essa é uma discussão que remete para o malabarismo do governador ao tentar dizer que não disse o que disse sobre pedagiar a 118; e tratei mais recentemente em Entre verdades múltiplas, Leite sinaliza que cobrança de ‘pedágio sem cancelas’ pode acontecer até em Gravataí e Cachoeirinha; Sem cobrança, sem duplicação até Viamão.

Por obvio, como a Câmara é uma casa política, a melhor saída seria uma composição entre Alan, Paulo e os demais vereadores que concordam com a contrariedade ao pedágio, antes da proposta ser votada em plenário. Ou desconfio as duas frentes restarão enfraquecidas.

Os dois tem grandeza para isso.

(…)”.

Sigo eu, concluindo hoje.

Quando comunicaram na sessão da Câmara desta terça-feira o acordo para instalar a Frente Parlamentar em conjunto com os demais vereadores, Alan e Paulo – que já estiveram juntos na aprovação de ‘pautas-bomba’, como a reforma da previdência, mas hoje estão distantes, um fazendo oposição ferrenha, outro um dos articuladores do governo Luiz Zaffalon – deram um exemplo de como se faz boa política: colocando o interesse público acima de tudo.

Ao fim, colocaram a pauta regional nos holofotes e não permitiram que um caro! ‘pedágio político’ que separa os dois deixasse nas sombras um ou outro como um vilão paroquial.

Aposto era tudo que queria o Movimento RS-118 Sem Pedágio: neste momento, ter que tomar apenas o lado ‘anti-pedágio’.

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