Cristian Wasem (MDB) tem que ligar ontem para David Almansa (PT) para articular ações conjuntas na busca para Cachoeirinha de um dos institutos federais projetados pelo governo Lula.
O vereador é líder da oposição, foi segundo colocado na eleição suplementar de 2022 e deve ser o adversário do prefeito em 2024, mas é hora de tirar as crianças da sala.
Seja pai o padrasto, dois pais conscientes e preocupados com a criança é melhor que um.
Cristian quer o IF, ou não teria ido a Brasília na quinta-feira passada e tratado do assunto com Elisa Pelegrini, secretária de Assuntos Federativos da Presidência da República.
Sigo abaixo da foto.
Acontece que Almansa, que é o cara do ministro da Comunicação Social Paulo Pimenta, já trabalha a pauta desde a posse do atual governo e conhece as portas certas – nas quais bateu e tomou café quente nos últimos meses.
Nesta terça, o vereador, que preside a Frente Parlamentar pelo instituto federal, aprovada pela Câmara, se reuniu com o ministro, que garantiu apoio à reivindicação de Cachoeirinha; com o secretário nacional de Educação Técnica, Getúlio Marques Ferreira e com o diretor e responsável pela expansão dos IFs no Brasil, Alexandre Vidor; além de Maria do Rosário, presidente da Frente Parlamentar pelos IFs na Câmara Federal.
A boa notícia é que o município, com seus 132.144 habitantes pelo censo do IBGE 2021, cumpre critérios para ter um instituto federal – do lado ruim, pelas carências educacionais; do lado bom, pela força do Distrito Industrial, com o qual os cursos podem ser conectados –, mas precisa se antecipar a outros municípios e oferecer algo; seja uma área de fácil acesso, seja um plano para iniciar cursos em escolas municipais até a construção de um campus local.
Gravataí, por exemplo, começou a conquista do instituto federal – a partir de 2009 e hoje uma potência regional com índices de Coréia do Sul – ao enfrentar o desgaste de transformar uma escola de ensino médio do município, a Santa Rita, em instituto federal; Cristiano Kingeski, assessor de Almansa, sabe bem – era o vice-prefeito de Rita Sanco (PT) em Gravataí.
É um investimento que se paga logo: um instituto federal, pela excelência do ensino, ajuda a aumentar os recursos para educação, a partir do crescimento das notas do Ideb.
Ao fim, reputo Almansa já deu um sinal de republicanismo ao convidar para todas as reuniões em Brasília o presidente da Câmara de Cachoeirinha, Paulinho da Farmácia (PDT), que é da base do governo Cristian.
Se o prefeito, que se apresenta como um político de diálogo, não ouvir conselho figadais, ou for envenenado por caça-cliques e garotos de programas online que são críticos do vereador, Cachoeirinha ganha com uma atuação conjunta; é a hora da grandeza.
Ah, e, caro Cristian, se me permite, não perca tempo com a pauta pura e extremamente ideológica das escolas cívico-militar; convenhamos, uma prioridade absurda frente a tantas escolas municipais sem a mínima estrutura.
Basta respeitar o Zeitgeist, o ‘espírito do tempo’.
Fatos, aqueles chatos que atrapalham argumentos: o governo é de Lula, recém começou e o presidente já anunciou que quer fazer mais institutos técnicos do que em seus dois mandatos anteriores; hoje são 600 campi no Brasil.
Para que o próximo IF seja em Cachoeirinha é preciso uma unidade dos políticos e demais setores da sociedade. Nas salas certas. Sem bullying.