RAFAEL MARTINELLI

A hora da grandeza pelo Instituto Federal em Cachoeirinha; Dois, três, quatro ou 132.144 pais preocupados com a criança é melhor que um, ou nenhum, não é, prefeito Cristian e vereador Almansa?

Almansa e Paulinho da Farmácia com ministro Pimenta, no Palácio do Planalto

Cristian Wasem (MDB) tem que ligar ontem para David Almansa (PT) para articular ações conjuntas na busca para Cachoeirinha de um dos institutos federais projetados pelo governo Lula.

O vereador é líder da oposição, foi segundo colocado na eleição suplementar de 2022 e deve ser o adversário do prefeito em 2024, mas é hora de tirar as crianças da sala.

Seja pai o padrasto, dois pais conscientes e preocupados com a criança é melhor que um.

Cristian quer o IF, ou não teria ido a Brasília na quinta-feira passada e tratado do assunto com Elisa Pelegrini, secretária de Assuntos Federativos da Presidência da República.

Sigo abaixo da foto.

Prefeito em Brasília com Elisa Pelegrini, secretária de Assuntos Federativos da Presidência da República

Acontece que Almansa, que é o cara do ministro da Comunicação Social Paulo Pimenta, já trabalha a pauta desde a posse do atual governo e conhece as portas certas – nas quais bateu e tomou café quente nos últimos meses.

Nesta terça, o vereador, que preside a Frente Parlamentar pelo instituto federal, aprovada pela Câmara, se reuniu com o ministro, que garantiu apoio à reivindicação de Cachoeirinha; com o secretário nacional de Educação Técnica, Getúlio Marques Ferreira e com o diretor e responsável pela expansão dos IFs no Brasil, Alexandre Vidor; além de Maria do Rosário, presidente da Frente Parlamentar pelos IFs na Câmara Federal.

A boa notícia é que o município, com seus 132.144 habitantes pelo censo do IBGE 2021, cumpre critérios para ter um instituto federal – do lado ruim, pelas carências educacionais; do lado bom, pela força do Distrito Industrial, com o qual os cursos podem ser conectados –, mas precisa se antecipar a outros municípios e oferecer algo; seja uma área de fácil acesso, seja um plano para iniciar cursos em escolas municipais até a construção de um campus local.

Gravataí, por exemplo, começou a conquista do instituto federal – a partir de 2009 e hoje uma potência regional com índices de Coréia do Sul – ao enfrentar o desgaste de transformar uma escola de ensino médio do município, a Santa Rita, em instituto federal; Cristiano Kingeski, assessor de Almansa, sabe bem – era o vice-prefeito de Rita Sanco (PT) em Gravataí.

É um investimento que se paga logo: um instituto federal, pela excelência do ensino, ajuda a aumentar os recursos para educação, a partir do crescimento das notas do Ideb.

Ao fim, reputo Almansa já deu um sinal de republicanismo ao convidar para todas as reuniões em Brasília o presidente da Câmara de Cachoeirinha, Paulinho da Farmácia (PDT), que é da base do governo Cristian.

Se o prefeito, que se apresenta como um político de diálogo, não ouvir conselho figadais, ou for envenenado por caça-cliques e garotos de programas online que são críticos do vereador, Cachoeirinha ganha com uma atuação conjunta; é a hora da grandeza.

Ah, e, caro Cristian, se me permite, não perca tempo com a pauta pura e extremamente ideológica das escolas cívico-militar; convenhamos, uma prioridade absurda frente a tantas escolas municipais sem a mínima estrutura.

Basta respeitar o Zeitgeist, o ‘espírito do tempo’.

Fatos, aqueles chatos que atrapalham argumentos: o governo é de Lula, recém começou e o presidente já anunciou que quer fazer mais institutos técnicos do que em seus dois mandatos anteriores; hoje são 600 campi no Brasil.

Para que o próximo IF seja em Cachoeirinha é preciso uma unidade dos políticos e demais setores da sociedade. Nas salas certas. Sem bullying.

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