Após a reunião com a TVE para acertar as regras do debate, sexta-feira à tarde, os rumores no meio político eram de que a coligação de Anabel Lorenzi (PSB) teria pedido a não participação de Daniel Bordignon (PDT) no encontro entre os candidatos a prefeito de Gravataí, quinta-feira, 29, às 21h.
O Seguinte: procurou Luis Stumpf, presidente do PSB e coordenador geral da campanha, que explica o que houve. E revela, nem tão nas entrelinhas, que segue, entre as campanhas de Anabel e Bordignon, a II Guerra do Voto Útil.
A I Guerra foi em 2012.
– É fofoca. Não foi o que aconteceu. Não vetamos ninguém no debate. Apenas fiz uma pergunta, sobre se Bordignon, impugnado pelo TRE dois dias antes, poderia participar. A assessoria jurídica da emissora entendeu que, mesmo com a candidatura sub judice, ele pode participar – relata Luisão.
– Não temos nada contra, foi apenas uma dúvida legal. Mas com certeza lá na tv, se o candidato realmente for a esse debate, em algum momento certamente terá que explicar aos telespectadores sua condição jurídica na eleição – conclui.
Pelas palavras de Luisão, já dá para prever que, no debate, Anabel vai tocar no problema da nova impugnação de Bordignon.
As duas campanhas estão em pé de guerra, principalmente nas redes sociais, pela clara estratégia de Anabel de, antes mesmo da impugnação no TRE, apostar no ‘voto útil’.
Um novo slogan que apareceu na campanha da professora não poderia ser mais direto:
– 40, o voto que vale.
Isso motivou fortes ataques vindos da campanha de Bordignon, como o Seguinte: relatou semana passada, em artigo onde lembrava que “a suposta campanha pelo 'voto útil' apenas aumenta e torna mais pública e notória uma belicosidade já premonizada entre duas campanhas que disputam votos de um mesmo 'campo' que, congelando o tempo quatro anos atrás, permite a previsão de que pode decidir dentro dele a eleição”.
Resumindo, é um revival de 2012.
Naquela eleição, Marco fez 51.283 votos, ou 29.529 a menos que os 80.812 de Bordignon (40.769) e Anabel (40.043) somados.
E, como mostravam as pesquisas da época, muitos votos de Bordignon migraram para Anabel nas duas últimas semanas, quando se espalhou a notícia da impugnação.
Nesta eleição, o argumento da campanha da candidata é ainda mais forte, já que os votos recebidos por Bordignon em 2012 não foram contabilizados até hoje, por ele, após perder a eleição no voto, ter desistido de recurso ao TSE para reverter a impugnação, à época, pela Justiça Eleitoral de Gravataí e o TRE.
De certo é que, numa eventualidade do TSE julgar o recurso de Bordignon antes da eleição, e ele perder, confirmando a impugnação da chapa e tirando-o – e o vice Cláudio Ávila – das urnas antes do dia 2, um apoio de Bordignon e do PDT a Anabel, jamais aconteceria.
Ou seria outra das aberrações que só a política de Gravataí parece capaz de nos revelar.
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