Ele chegava nem sempre às 8h, mas estava pontualmente nas reuniões com hora marcada. Deixava claro que não tinha as respostas certas, mas estava aberto para ouvir sugestões. Estava junto no happy hour, dava carona, pedia carona, assumia as broncas com a presidência da empresa e com os clientes, voltava para dar bronca na equipe pelas mancadas e mantinha o ritmo e os resultados sempre positivos. E quando alguém ia se aproximando da mesa dele, dizia logo: “não me venha com problemática, eu quero a solucionática”.
Esse foi o cara que me recebeu no Mundo do Trabalho e foi uma importante influência pra mim. Assim como ele, outros chefes, colegas, amigos, professores, personagens da série favorita, um líder espiritual, parentes, mitos, lugares ou experiências nos influenciam direta ou indiretamente, na vida e no trabalho.
Já falamos um pouco, por aqui, sobre as diferenças de tempos idos e de agora, da revolução que já começou e da única certeza de futuro que é a mudança constante. Nessa órbita de coisas há um satélite (ou vários) que são os Influenciadores. Quando o assunto é o ambiente digital, por exemplo, você encontrará os Digital Influencers. Aquelas pessoas que têm um blog, um canal no YouTube, um Snapchat com milhões de seguidores e que entre uma piada e outra, um comentário e outro; lançam uma moda, uma ideia que, de repente, todos nós vamos reproduzir.
Procurando o termo com o Google aparecerá vasta literatura. O que pouco aparecerá e pouco nos damos conta é da existência dos influenciadores do Mundo do Trabalho, ou os Work Influencers. Um alerta: nas livrarias e na própria Internet, tem uma tropa de autores prontos para vender mil e uma fórmulas de como você se torna um influenciador. Uma recomendação: faça o saudável caminho inverso de verificar com atenção e afeto quem te influenciou ou influencia para você ser o profissional que é. Isso também vale para o famoso “como não fazer”, que é identificar aquela figura ou aquelas atitudes que você viveu e riscou da lista de boas práticas.
Há empresas que, por meio de redes sociais internas, conseguem medir o potencial de influência de cada funcionário. Também realizam pesquisas com perguntas como “A quem você recorre, no trabalho, para conversar sobre um problema pessoal?”, ou “Com quem você tira dúvidas mais facilmente sobre o dia a dia da empresa”.
Procure você mesmo. É muito positivo fazer um mapa ou uma lista das dez pessoas que mais te influenciaram na carreira. E, como não estamos sozinhos, refletir se estamos fazendo bem o nosso papel de ser uma boa influência para os outros. É importante visualizar essas relações e manter esse radar ativo. Conhecer-se nesse magnífico e mutante ecossistema do trabalho é uma chance a mais de sobrevivência.