A conspiração de Jones Martins (MDB), seus vereadores & tudo para tentar tornar inelegível Marco Alba (MDB) está inscrevendo mais uma data nos anais dos golpes em Gravataí. Em sequência ao que detalhei em A conspiração de Jones, Clebes, Nadir e Paulinho da Farmácia contra Marco Alba; o harakiri e o tiro pela culatra, Nadir Rocha, apelidado dentro do próprio partido de ‘vovô de recado’ do ex-deputado federal, dá na sessão desta quinta mais uma prova da trama armada para que as contas de 2017 do prefeito sejam rejeitadas e ameacem uma inelegibilidade de 8 anos – o que reputo improvável, ao menos com base na ‘lei da ficha limpa’.
Como líder da bancada, indicou Clebes Mendes (MDB) para integrar a Comissão de Finanças e Orçamento (CFO) em substituição a Paulinho da Farmácia, que renunciou. Nadir não levou em consideração pedido formal feito à mesa diretora por outro colega de partido, Alan Vieira, vereador mais próximo a Marco Alba, que reivindicou a vaga.
A manobra acontece após Nadir dizer em sessão na semana passada que o MDB já estava contemplado na CFO com Airton Leal (ex-PV), o que abriria vaga para uma indicação do PSD de Dimas Costa, candidato a prefeito pela oposição. Após Alan reivindicar a vaga, Nadir evocou a condição de líder da bancada para fazer a indicação, o que lhe garante o Regimento Interno da Câmara, como detalhei em Renúncia de vereador antecipa rejeição de contas.
Dimas apoia.
A indicação de Clebes é uma incógnita. Pode ser apenas uma provocação, um demonstração de unidade do grupo, já que o vereador também foi aliado de Nadir no apoio a Jones contra Luiz Zaffalon na convenção do partido. O mais provável é que seja uma evidência de que será apresentado na CFO um parecer contra o prefeito, já que os outros dois membros, Airton e Paulo Silveira (PSB) estão alinhados com a base do governo.
Acontece que Clebes, na sessão que votou contas de 2016 pareceu mandar um recado, dizendo que sempre votaria “conforme o parecer do TCE”. Naquele caso, pela aprovação das contas. Diferente do parecer de 2017, que recomenda rejeição e, para ser derrubado, precisa de 14 votos entre 21 vereadores. O exato tamanho da base de governo, caso o MDB votasse unido.
O que não deve acontecer.
Hoje a coisa está assim. Marco tem um ‘triplo A’. Alan e Airton já estavam unidos para salvá-lo. Somou-se aos dois Alex Tavares, que votou em Jones, mas, escolhido Zaffa, após a convenção deixou de participar de reuniões com o grupo ‘oposicionista’ e já se integrou à campanha. No anúncio do vice, bateu foto abraçado a Zaffa, Dr. Levi e Marco Alba. Obviamente, vota com o prefeito nas contas. Paulinho da Farmácia renunciou à CFO, mas seu silêncio alimenta esperança no partido que de ajude Marco Alba. Clebes é uma incógnita, apesar do recado inicial, dado antes de acontecer a convenção. Mas o voto de Nadir dificilmente será favorável a Marco Alba.
Para além da guerra na convenção, antes da qual, em conversa com a presidente do partido, Sônia Oliveira, ameaçou votar pela rejeição das contas caso Zaffa não desistisse da candidatura para apoiar Jones, Nadir e não esconde descontentamento por não ter sido chamado pelo prefeito para tratar das contas, mas, principalmente, pelo atual vice-prefeito, Áureo Tedesco (MDB), ser candidato a vereador em sua região, a ‘Grande Morada do Vale’.
Ao fim, o estreitar de inimizades da política não permite jamais uma sentença definitiva. Hoje, arriscaria um ‘Printe & Arquive na Nuvem’ apontando para a rejeição das contas até o fim da primeira semana de outubro. Mas não seria de todo surpresa um entendimento no MDB. É que, como tratei no último artigo, o golpe da inelegibilidade não tem como dar certo. A ‘Lei da Ficha Limpa’ resguarda o prefeito.
Na alínea g, do Artigo 1º da Lei Complementar 64, diz que “os que tiverem suas contas relativas ao exercício de cargos ou funções públicas rejeitadas por irregularidade insanável que configure ato doloso de improbidade administrativa, e por decisão irrecorrível do órgão competente, salvo se esta houver sido suspensa ou anulada pelo Poder Judiciário, para as eleições que se realizarem nos 8 (oito) anos seguintes, contados a partir da data da decisão, aplicando-se o disposto no inciso II do art. 71 da Constituição Federal, a todos os ordenadores de despesa, sem exclusão de mandatários que houverem agido nessa condição”.
Os vereadores da oposição estão em seus papéis de votar pela rejeição. É o jogo da política, até porque grupos políticos ainda sofrem a ressaca de condenações, e outros saibam que, um dia no poder, também serão alvos, vítimas do ‘Efeito Orloff’, o “eu sou você amanhã”, como tratei em Em Gravataí, se o povo gostar do político, políticos querem matar!; o ’Efeito Orloff’.
Mas certamente haverá dúvida entre os ‘oposicionistas’ do MDB que lerão a defesa. O Seguinte: teve acesso e compartilha com o leitor. É só CLICAR AQUI. São apenas 40 páginas, que confirmam o que analisei em TCE reprova contas de 2017 de Marco Alba; O Josef K. do dia e a chantagem. São denúncias frágeis, corrigíveis e sem evidências de dolo (culpa), provocada principalmente pelo atraso na prestação de contas. Indícios de corrupção, superfaturamento ou mau uso do dinheiro público, que caracterizariam danos ao erário, não há.
Vale ficarem marcados como traidores e, ao fim, Marco Alba não restar inelegível e ter em seu futuro político a possibilidade de eleição do sucessor em 2020, candidaturas a deputado ou governador em 2022 e, pela aprovação do governo e legado, inscrever-se como um dos favoritos para voltar à Prefeitura em próximas eleições?
É, como já escrevi, haraquiri. Ou seppuku. Aquele ritual de suicídio no qual, entre os séculos 12 e 19, para demonstrar lealdade a seus senhores, os daimiôs, samurais cortavam o próprio ventre para acompanhá-los no além-morte. A sujeira restava feita pelo chão. E a morte era certa.