Gravataí, Cachoeirinha, Glorinha e a Capital protocolaram na noite desta segunda uma proposta para desbotar ainda mais a bandeira vermelha no Distanciamento Controlado do Governo do RS. Até uma resposta, as atividades não-essenciais seguem funcionando como tratei em Estamos sob bandeira rosa; Leite socializa o ’total descontrol’, ou ’cada um por si e um leito para todos’.
A nova proposta segue o decreto 55435 publicado na quinta passada pelo governador Eduardo Leite, e tem a aprovação dos dois terços necessários dos prefeitos e assinaturas de equipes técnicas. Viamão e Alvorada, que também fazem parte da nova configuração da Região Porto Alegre, optaram por permanecer nos critérios da bandeira vermelha (a rosa), de alto risco.
– A responsabilidade pela flexibilização está sendo assumida pelas equipes técnicas e científicas. Estamos priorizando o cuidado com a saúde, mas atendendo a angústia daqueles que precisam exercer suas atividades econômicas – explicou o prefeito de Gravataí Marco Alba, em live que você assiste CLICANDO AQUI.
Pela proposta, apresentada na live pelo secretário da Saúde Jean Torman, ao invés do funcionamento limitado das atividades não-essenciais entre às 9h e às 17h, a nova proposta permite a abertura por 7h distribuídas durante a manhã, tarde e noite, conforme a atividade econômica.
– Acaba com a diferença que Estado criou ao permitir atendimento nos restaurantes, mas não em lanchonetes, padarias e bares – explicou.
A proposta também ampliar a taxa de ocupação no setor industrial comercial e de serviços, levando em consideração disponibilidade dos espaços físicos e respeitando as medidas sanitárias e de distanciamento. A expectativa é de que o Governo do Estado responda até a quarta-feira.
– O momento ainda é crítico, com crescimento hospitalizações. É preciso responsabilidade coletiva para retomarmos todos juntos – projeta o secretário, que vai enviar a proposta completa ao Seguinte: assim que o protocolo for feito junto ao Estado.
Reputo que o que já era um 'total descontrol', 'fake', operando sob a 'lei vampeta', do "eu finjo que cumpro o decreto, você finge que fiscaliza", caminha para uma reabertura quase total das atividades não essenciais – da indústria ao bar.
Não é torcida ou secação, guerrinha ‘CPFs vs. CNPJ’, ou disputa se falta mais ar para infectados, ou para comerciantes com a chegada dos boletos a cada fim de mês perpétuo. Fato é que desafia a lógica – ao menos deste 'Dr. Stockmann (de Um Inimigo do Povo)' que vos escreve – reabrir tudo num dos piores momento da pandemia.
Na live, Marco Alba disse que os casos estão estáveis. Mesmo argumento usou Miki Breier ao tentar liberar os bares nas semanas anteriores, como tratei em Justiça suspende ’decreto do festerê’ em Cachoeirinha; Multa é de 50 mil por descumprimento. Só que essa estabilidade é relativa. É como um paciente estável, mas em coma, o que não é nada bom, como tratei em Gravataí em ’coma’ pela COVID; Mortes crescem 300 por cento e prefeito alerta paradas, interior e Moradas.
Um exemplo da incômoda ‘ideologia dos números’ está na evolução da COVID-19 em Gravataí. Entre março (24), maio (58) e junho (318) Gravataí registrou 400 casos. Só em julho foram 1.122. Em agosto, já são 603 em 15 dias. Vidas perdidas no mês são 22, mais de uma a cada 24h. É um ‘platô’, mas sobre o Itacolomi.
Ao fim, no Brasil das 107.879 mortes (e contando), é cada um por si e um leito para todos. Só que agora, como informa o prefeito na live, com a responsabilidade socializada entre governador, prefeitos e técnicos da saúde.
Se Eduardo Leite aceitar a proposta, é praticamente um ‘liberou geral’ na Região Porto Alegre. Não só com o ok da política, mas também com uma suposta licença científica.
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