A extinção do Ipag Saúde é o que cai na prova da assembléia geral convocada pelo sindicato dos professores para esta terça, às 8h, no CTG Aldeia dos Anjos (Rua Adolfo Inácio de Barcelos, 1553 , Centro de Gravataí).
A suspensão do atendimento ao plano de saúde que cobre 2,9 mil funcionários públicos na ativa, 1,5 mil servidores aposentados e quase 4 mil dependentes pelo Dom João Becker, único hospital da cidade, revelada com exclusividade pelo Seguinte: no Carnaval, dá a dimensão da crise.
De um lado a direção do SPMG trabalha com a lógica de que o governo Marco Alba (MDB) tira um 'direito' dos trabalhadores; de outro o prefeito segue uma lógica que tem permeado seus governos: '270 mil habitantes não podem pagar a conta por 5 mil servidores'.
Em resumo, enquanto os sindicalistas tentam manter a 'conquista', e não será surpresa se a terça-feira parada se transformará em greve, Marco prepara a retirada da contribuição da Prefeitura por projeto de lei a ser apresentado na Câmara, porque considera injusto que contribuintes, muitos usuários do SUS e sem plano de saúde, ajudem a manter o Ipag Saúde, deficitário, para atender apenas ao funcionalismo municipal.
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Suspensão de Ipag Saúde no Hospital; o início do fim
Com uma dívida de R$ 6,5 milhões com hospitais, clínicas, laboratórios, médicos e dentistas, o Ipag Saúde projeta rombo semelhante para este ano, com o desequilíbrio entre o custo dos serviços oferecidos e a base de arrecadação – os ‘ricos’, servidores com os mais altos salários, como os procuradores, por exemplo, já se desligaram do plano há mais de um ano.
É um socorro que o prefeito Marco Alba (MDB) não parece disposto a dar, já que mais de R$ 2 milhões por mês já são repassados pela Prefeitura para o Ipag Previdência como alíquota complementar, para enfrentar um déficit atuarial de um bilhão e garantir a aposentadoria dos servidores pelos próximos 15 anos.
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Em off, fontes da Prefeitura e do Ipag confirmam ao Seguinte: que são estudadas ofertas de plano de saúde privados para adesão coletiva dos funcionários.
– Ninguém é contra servidor ter plano de saúde, mas pago com seus rendimentos – resume um político.
Na conta para as famílias não engrossarem as filas do SUS, o governo acenaria com a concessão de reajuste usando parte dos 4,5% recolhidos como contribuição patronal, que se somariam aos outros 5,5% descontados de servidores e mais entre 1% e 3% da participação dos dependentes.
Outra sugestão que pode ser levada pelo governo à reunião entre SPMG, Prefeitura e Ipag, dia 15, é o próprio sindicato administrar o plano – mas sem os 4,5% repassados pela Prefeitura, que chegaram a R$ 11 milhões no ano passado. Restariam no caixa R$ 14 milhões recolhidos dos funcionários que participam do Ipag Saúde.
O efeito do reajuste de 1,69%, referente a perdas inflacionárias entre 2017 e 2018 também estará na pauta, junto à reivindicação de uma reposição maior, próxima aos 16% pelos últimos quatro anos de ‘reajuste zero’ e mote de ação judicial de cobrança pelo SPMG. A assembléia marca o início do processo de data-base de 2019-2020.
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OPINIÃO | Um fim de mês perpétuo para o funcionalismo
É o que costumo chamar de ‘fim de mês perpétuo’ para o funcionalismo. Chato, mas é a realidade, não torcida ou secação. Fake news é, quando a pessoa cai do telhado, dizer que está tudo bem ao vê-la passar pelo segundo andar. Infelizmente, “embora seja honesto, não é aconselhável trazer más notícias”. Se não foi bom para Shakespeare, imagine hoje, quando aos políticos resta a presunção de culpa; aos funcionários públicos a pecha de vilões das contas públicas com o instrumento da greve desacreditado; e à imprensa uma credibilidade de zap-zap.
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